Ana Lúcia, esposa de Ozeias de Paula, morto nessa quinta-feira (05.03) com tiros disparados pela Polícia Militar no município de Arenápolis (233 km de Cuiabá) garantiu que o marido não “puxou” a arma para os militares e que não houve confronto.
Ela concedeu entrevista a uma rádio local e afirmou que a ação foi de extrema covardia contra o esposo. “Eu estava na sala assistindo, eu ouvi meu filho gritando muito desesperado por socorro, sai correndo para acudir ele, cheguei perto da viatura, perguntei o porque estavam levando-o, quando olhei para trás, o Ozeias já estava vindo, em momento algum, ele veio com arma na arma”, relata.
Ana Lúcia conta que o marido não tirou a arma da cintura. “Ele estava com a arma na cintura, eu cheguei perto dele, abracei ele e pedi calma. Eles tentaram segurar ele, colocar a mão na cabeça, tudo na frente da minha casa”.
Segundo ela, o marido foi andando de costas até a casa e só tinha o desejo de entrar na residência. “Ele foi indo de costas, eu fui acompanhando ele e os policias atrás, eu sempre com ele, em momento algum ele tirou a arma da cintura, faltava poucos metros para chegar na porta da cozinha, ele só queria entrar em casa, eu sai da frente dele, para pegar o celular, eles dispararam os tiros nele. Nunca levantou a arma para ninguém, quem tiver que foi confronto, não foi”.
A esposa ainda ressalta que o marido já saiu morto do local. “Era tão simples, só deixar ele entrar em casa, não precisa atirar na covardia, eles só me esperaram sair da frente dele, era trabalhador, era bom, não precisava ter atirado no peito. Ele saiu dali morto, não teve socorro, foi jogado no camburão da policia pra jogar no PA, nem deixaram os vizinhos socorrerem, levou três tiros, eu falava, vocês me conhecem, pra que isso?”.
E pede Justiça pela ação: “Eu espero Justiça, eles destruíram minha família, eu só tinha ele, era só ele, eu e meu filho, só tinha ele por mim, destruíram a família dele, a mãe dele, todo mundo, acabaram com a família, eu quero Justiça. Ele jamais reagiu, eu estava o tempo todo do lado dele”.
Um protesto será realizado às 16h de hoje após o enterro dele no cemitério do município. “Não irá trazê-lo de volta, mas irei buscar Justiça enquanto Deus me sustentar”.
Ação: De acordo com a narrativa da Polícia Militar, Ozeias interferiu na prisão do filho, detido com maconha, e não cedeu após 10 minutos de negociação. “Eles pediram que o morador dispensasse a arma de fogo, mas ele não obedeceu”, diz trecho do BO. Confira matéria relacionada.
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