O alvo principal da Operação Hortifraude, deflagrada na manhã desta terça-feira (30.09), apontado como “consultor de fraudes”, residente em São Paulo, atuava em conjunto com um familiar em Cuiabá. O esquema envolvia a criação de empresas de fachada e resultou em um prejuízo estimado em R$ 45 milhões em ICMS ao Estado.
Segundo o delegado João Paulo Firpo, da Delegacia Especializada em Crimes Fazendários (Defaz) e responsável pelas investigações, o parente do investigado também pode estar envolvido em outros crimes. Na residência dele, em Cuiabá, foram encontrados cheques, tokens de certificação digital e cartões de crédito em nome de diversas pessoas.
“Tudo resultava em uma fraude gigantesca para beneficiar atacadistas com créditos indevidos de ICMS. O alvo de São Paulo operacionalizava, mas havia outro alvo – parente dele – que também foi alvo de busca em Cuiabá/Várzea Grande. Encontramos mídias, cheques, tokens de certificação digital, cartões de crédito de cerca de 80 pessoas”, declarou Firpo.
O delegado Walter de Melo Fonseca afirmou que o suspeito paulista não apenas aplicava golpes, mas também repassava seus conhecimentos a outros interessados. “Até ontem nós o chamávamos de ‘consultor de fraudes’. Ele não só operava, mas também ensinava como fazer”, declarou.
A esposa do investigado também foi alvo da operação. Proprietária de uma certificadora, ela fornecia estrutura para emissão de notas fiscais frias e abertura de empresas de fachada. No escritório do casal, em São Paulo, a polícia apreendeu dez computadores, cheques, mídias, tokens digitais e cartões de crédito de cerca de 30 pessoas.
A Defaz estima que o esquema tenha se utilizado de mais de mil CNPJs e contado com a participação de ao menos 21 contadores, além de familiares dos investigados.
Entenda
O esquema foi detalhado pelos delegados Walter de Melo Fonseca e João Paulo Firpo, pelo chefe de inteligência da Secretaria de Fazenda (Sefaz), Augusto Pavini, e pelo secretário adjunto de Receita Pública, Fábio Pimenta. A operação foi coordenada pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (CIRA-MT) e cumpriu 148 ordens judiciais, incluindo mandados de busca, suspensão de atividades de contadores e bloqueios de empresas de Cuiabá, Várzea Grande e em São Paulo.
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