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Polícia Sexta-feira, 30 de Julho de 2021, 13:39 - A | A

Sexta-feira, 30 de Julho de 2021, 13h:39 - A | A

EXCLUSIVO

Áudios revelam o que aconteceu no "desafio do whisky" que matou adolescente; ouça

A reportagem teve acesso exclusivo aos áudios de um amigo da vítima contando em detalhes como tudo começou

Fernanda Renatè/VGN

Reprodução

whisky

Jeferson Ferreira da Silva tinha 16 anos

 

 

Áudios de uma suposta testemunha contam detalhes de como tudo aconteceu no 'desafio do whisky', que acabou tirando a vida de Jeferson Ferreira da Silva, 16 anos, na última quarta-feira (28.07). A brincadeira fatal ocorreu no último sábado (24.07), no Celeiro Bar, em Nossa Senhora do Livramento (38 km de Cuiabá).

Após beber quase a garrafa inteira, o jovem passou mal. Ele não resistiu e acabou morrendo após quatro dias, internado no Pronto-Socorro de Várzea Grande (PSVG).  

Leia mais - Menor morre de coma alcoólico por suposta participação em desafio do "whisky" em MT

A reportagem do teve acesso aos áudios de um amigo da vítima contando em detalhes como tudo começou.

"Uma gurizada que estava ontem no Celeiro, 'disque' desafiaram ele a beber uma garrafa e whisky sozinho. Se ele bebesse sozinho ele ia ganhar outra garrafa de graça. Ai ele bebeu, secou a garrafa, começou a passar mal e foi embora'', explicou o jovem. 

Na gravação o jovem ainda conta que na tarde de sábado, ao notar que o filho não havia acordado, preocupada, a mãe foi até a cama onde encontrou a vítima inconsciente, com sangue escorrendo pelos ouvidos e nariz. Desesperada a mulher acionou o  Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). 

"Quando era 14 horas um pessoal foi buscar ele na casa dele e ele foi levado lá 'pras banda' de Cuiabá".

O amigo de Jeferson ainda destaca sobre a falta de assistência dos responsáveis pelo desafio que terminou em tragédia. 

"A gurizada lá de maior estão ferrados. E é perigoso até fechar o bar lá, o Celeiro (SIC)". O bar se manifestou por meio de nota, veja no final da matéria.

O autor dos áudios ainda denuncia a omissão de socorro e ajuda a Jeferson, após ele passar mal.

"Por isso que tem aquele ditado lá... rapaz, só existe amigo de copo. Aí, a gurizada fez o que fez com ele e ninguém apareceu até agora, não apareceu nenhum culpado, ninguém foi visitar ou ver como o guri estava lá no hospital" (SIC). 

Ao confirmar o óbito do rapaz, a perícia técnica esteve no hospital e o corpo do adolescente foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), onde passará por exames de necropsia, que devem apontar a causa da morte.

O caso é investigado pela Polícia Civil Judiciária. 

 

 

Outro lado 

Em nota, o proprietário do  Celeiro’s, José Leandro, lamentou a morte do rapaz e  afirmou que o menor não ficou no espaço físico do estabelecimento. Confira na íntegra:

 

Sou o proprietário do estabelecimento Celeiro’s e gostaria de deixar claro que a equipe lamenta profundamente a perda do menino Jeferson. Confiamos que ele está junto do nosso Deus pai neste momento.

Estou vendo o nome do meu estabelecimento sendo vinculado negativamente na mídia o que, por consequência, não me agradou, pois, não traz a verdade dos fatos.

Por conta do relato dos familiares do Jeferson (que não estavam presentes no estabelecimento), eu e minha equipe estamos sofrendo algumas ameaças.

Primeiramente, cumpre informar que a venda de bebida alcoólica para menores de idade é estritamente proibida, conforme informação constante na parede do estabelecimento, (segue foto), sendo assim, em nenhum momento fora vendido bebida alcoólica para o jovem em questão.

O estabelecimento é aberto, funciona de maneira rotativa, e admite a presença de menores de idade para consumo de bebidas não alcoólicas, tais como água, refrigerante, bem como, para consumo de lanches estando o estabelecimento em total acordo com as normas de vigilância sanitária, segurança e com os devidos alvarás.

Acontece que no dia em que o menor chegou até o estabelecimento, eu como proprietário, estava dentro e não o vi chegar. Segundo informações de outros clientes, o jovem chegou já na madrugada e não chegou ao estabelecimento em sã consciência, tendo apresentado claros sinais de embriaguez e possivelmente sob efeito de drogas.

O Jeferson chegou e sentou com outros amigos, que anteriormente pegaram cadeiras do estabelecimento para sentarem do outro lado da rua e consumirem produtos do meu estabelecimento, ou seja, o menor não ficou no espaço físico do estabelecimento, mas sim, junto com os amigos que já se encontravam do outro lado da rua.

Quando Jeferson chegou na mesa dos amigos, já existia ali uma garrafa de GYN pela metade, pois, os maiores estavam ingerindo bebida alcoólica. Sendo assim, ainda segundo informações de outros clientes ali presentes, o mesmo teria bebido essa GYN não tendo como precisar se foi com ou sem o consentimento dos seus amigos. Entretanto, segundo as informações, não houve nenhum tipo de oferecimento, induzimento ou que forçaram o menor a ingerir bebida alcoólica.

Porém, o que se parece é que os amigos do Jeferson não ofereceram e/ou autorizaram o menor a beber o GYN, pois, em um segundo momento os amigos maiores de idade, compraram uma garrafa de WHISKY BLACK WHITE e o menor ao tentar se servir de imediato foi impedido pelos demais que estavam na mesa que passaram a lhe informar que a bebida era tão somente para os maiores, aqueles que tinha comprado de fato a bebida.

Mesmo com a negativa por parte dos amigos, o menor insistia em querer beber, dizendo que daria o dinheiro para um maior de idade comprar outra garrafa depois, o que fora negado pelos amigos.

A noite seguiu e quando o menor percebeu que a garrafa de WHISKY comprada pelos amigos estava quase no final, pegou a garrafa da mesa e virou em sua boca, não utilizando sequer um copo.

Por volta das 02:15 o menor foi até o banheiro em companhia de um dos amigos que estava na mesa com ele, momento em que eu como proprietário do estabelecimento percebi uma movimentação não comum no banheiro, me dirigi até lá e pude presenciar o menor com sinais fortíssimos de embriaguez.

Por se tratar de cidade pequena, é comum os jovens se conhecerem, e pelo fato de eu ter morado a vida inteira na cidade, pude reconhecer o menor, momento em que me aproximei e tomei conhecimento dos fatos. Imediatamente agi solicitando que alguém com automóvel levasse o menor até a casa dos seus pais.

Logo vi um amigo em comum que estava de carro e pedi para que o mesmo fizesse o favor de levar o menor até a residência dele para que seus pais tomassem as medidas cabíveis, onde tal solicitação foi de imediato atendido.

E assim o menor por volta das 02h30 foi levado até sua casa, e eu como proprietário do estabelecimento continuei a trabalhar, sabendo que o menor estava em boas mãos e logo estaria na casa dos pais.

Ao retornar da casa do menor, os amigos informaram que deixaram o menor na casa dos pais, que chamou pelos responsáveis e o que o próprio pai de Jeferson os atenderam dizendo que poderiam deixar o menor ali na área que logo ele colocaria o filho para dentro, porém, antes solicitou que pegassem o celular do menor e o entregasse, o que foi feito. Então, todos saíram de lá deixando o menor sob os cuidados do pai.

Importante dizer que o menor apesar de estar extremamente embriagado não apresentou qualquer tipo de problema de saúde aparente, uma parada cardíaca, overdose alcoólica e/ou outros sintomas, mas sim, tão somente sinais de embriaguez.

Passado mais ou menos um ou dois dias chegou ao conhecimento do estabelecimento que o menor estaria internado e no dia de ontem, infelizmente chegou a informação de que o mesmo teria vindo a óbito.

A equipe Celeiro’s deixa bem claro que está disponível para qualquer tipo de esclarecimento, não deixando margem para qualquer tipo de inverdade a respeito dos fatos.

Sendo assim, não há que se falar em responsabilização ou vinculação do nome do estabelecimento com a morte do menor. O que aconteceu foi uma fatalidade que jamais desejaríamos para qualquer cidadão.

Ademais, não tivemos acesso ao laudo para saber exatamente a causa da morte, apesar dos rumores de conversas da população apontando o uso de substância ilícita, o que não pode ser confirmada pelo estabelecimento.

Desde já, agradecemos a compreensão e permanecemos a disposição!

 
 

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