O embate entre o governador Mauro Mendes e a deputada Janaina Riva está enveredando por um caminho em que ambos os lados tendem a perder. Os comentários “de pé de ouvido” nos bastidores da política dão conta de que as famílias dos dois protagonistas serão inevitavelmente expostas.
Janaina, por mais que tente se desvincular, ainda carrega o peso do sobrenome Riva — que remete a lembranças nada agradáveis da era em que seu pai, José Riva, foi deputado e presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso. O ex-deputado estava prestes a cair no esquecimento, mas com o embate entre a filha, o governador e, de quebra, o secretário-chefe da Casa Civil, seu nome retorna ao cenário político, cercado de críticas e lembranças controversas.
Do outro lado, o governador Mauro Mendes também enfrenta vulnerabilidades. Sua família — mais especificamente o filho e a esposa — se tornou seu calcanhar de Aquiles. Apesar de projetar a imagem de gestor técnico e manter a fama de bom administrador, Mendes precisará gastar tempo e energia defendendo, principalmente, seu filho. O empresário já esteve sob investigação da Polícia Federal no âmbito da Operação Hermes, que apura a atuação de empresas envolvidas na compra ilegal de mercúrio, utilizado na extração de ouro. E, como se sabe, ninguém gosta que toquem nos filhos — esse será, sem dúvida, um dos pontos mais sensíveis do confronto.
De ambos os lados, questões de ordem pessoal estão sendo trazidas à tona. Um cenário perigoso, que pode facilmente descambar para a baixaria — justamente o que o eleitor mais rejeita. Porque, nesse duelo de poder, o que menos se vê são propostas que realmente interessem à sociedade.
É lamentável que a verdadeira fiscalização dos serviços públicos, que deveria ter sido feita desde o início da gestão, siga ofuscada por interesses paralelos. A população percebe que os embates só surgem quando há algo pessoal em jogo. Um exemplo é a Operação Espelho, prestes a “debutar”, sem qualquer cobrança contundente por parte dos parlamentares. A operação revela o descaso com a Saúde, onde gravações mostram médicos rindo e “buscando gente nas ruas” para colocar em UTIs. E o silêncio sobre isso continua ensurdecedor.
Mais uma vez, a população está prestes a assistir a um duelo que não representa os interesses da sociedade, mas sim o jogo de forças políticas. Quem ganha com isso? Eis a questão.
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