Em uma final que entrou para a história do futebol feminino sul-americano, a seleção brasileira conquistou neste sábado (02.08) o nono título da Copa América Feminina ao vencer a Colômbia por 5x4 nos pênaltis, após emocionante empate em 4x4 na prorrogação. No Estádio Casa Blanca, em Quito, as comandadas do técnico Arthur Elias protagonizaram uma partida repleta de reviravoltas, gols espetaculares e momentos de pura emoção.
A decisão começou favorável à Colômbia, com Linda Caicedo abrindo o placar aos 24 minutos do primeiro tempo. A jovem estrela colombiana recebeu livre na área após bela troca de passes com Izquierdo e Mayra Ramírez, finalizando rasteiro diante de Lorena para colocar as Cafeteras na frente.
O Brasil reagiu ainda no primeiro tempo com gol de pênalti convertido por Angelina, igualando o marcador e levando a partida para o intervalo empatada em 1x1.
Segundo tempo de reviravoltas
A etapa final foi marcada por lances bizarros e mudanças constantes no placar. Amanda Gutierres colocou o Brasil na frente, mas a Colômbia empatou novamente. O momento mais inusitado da partida veio aos 24 minutos do segundo tempo, quando a zagueira brasileira Tarciane marcou um gol contra bizarro ao tentar um passe para a goleira Lorena, que estava fora da meta, vendo a bola entrar lentamente nas redes brasileiras.
Com o placar em 3x3 no tempo normal, a partida foi para a prorrogação, onde o festival de gols continuou, chegando ao empate em 4x4 e forçando a decisão nos pênaltis.
Marta: protagonista e vilã da própria história
Aos 39 anos, Marta viveu uma montanha-russa emocional na final. A lenda do futebol brasileiro marcou dois gols durante a partida, demonstrando que sua magia permanece intacta mesmo próxima do fim da carreira. No entanto, no momento mais crucial, a camisa 10 desperdiçou sua cobrança de pênalti na decisão, vendo a goleira colombiana Tapia fazer uma grande defesa.
"Foi uma partida para ficar na história. Marta mostrou por que é considerada a maior jogadora de todos os tempos, mas o futebol às vezes é assim - cruel e belo ao mesmo tempo", comentou o técnico Arthur Elias após a conquista.
Heroínas da decisão nos pênaltis
Nas cobranças alternadas, o Brasil mostrou maior frieza nos momentos decisivos. Converteram suas penalidades: Tarciane, Amanda Gutierres, Mariza, Jhonson e Luany. Além de Marta, Angelina também desperdiçou sua cobrança para o Brasil.
Pela Colômbia, erraram seus pênaltis: Usme, Restrepo, Linda Caicedo, Paví, Leicy Santos e, decisivamente, Carabalí, cuja cobrança foi defendida pela goleira Lorena, garantindo o título brasileiro.
Hegemonia mantida em grande estilo
Com esta conquista, o Brasil mantém sua impressionante hegemonia na Copa América Feminina, chegando ao nono título em dez edições disputadas. O único "tropeço" da seleção verde e amarela foi em 2006, quando a Argentina conquistou o troféu.
O retrospecto entre Brasil e Colômbia na competição agora mostra três vitórias e dois empates para as brasileiras, mantendo a invencibilidade nos confrontos diretos entre as duas potências sul-americanas.
Artilharias e destaques individuais
Amanda Gutierres foi um dos grandes destaques da competição, terminando como artilheira do Brasil com 6 gols, empatada com Claudia Martínez (Paraguai) como artilheira geral do torneio. Pela Colômbia, Linda Caicedo foi a principal referência ofensiva com 4 gols.
A jovem colombiana se destacou também nos dribles, sendo a jogadora que mais tentou driblar na competição, com 33 tentativas e 45% de aproveitamento.
Classificação olímpica garantida
Além do título continental, a classificação para a final garantiu tanto ao Brasil quanto à Colômbia a vaga nos Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028. Para o Brasil, que já tinha vaga assegurada na Copa do Mundo Feminina de 2027 como país-sede, a classificação olímpica representa mais um passo importante na preparação para os grandes torneios.
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