O diretor jurídico e de compliance da Fifa, Emilio Garcia, criticou duramente a FifPro, o sindicato mundial de jogadores de futebol, e seu presidente, o argentino Sérgio Marchi. Segundo ele, a entidade sindical tem buscado visibilidade na imprensa em vez de colaborar efetivamente na defesa dos atletas.
A tensão entre Fifa e FifPro aumentou após a realização do novo Mundial de Clubes, entre junho e julho. A FifPro acusa a Fifa de negligenciar a saúde dos jogadores ao impor um calendário cada vez mais sobrecarregado.
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (30.07), Garcia rebateu as críticas. Segundo ele, os avanços recentes na proteção dos atletas partiram exclusivamente da Fifa. O dirigente citou como exemplo a criação do Tribunal do Futebol — gratuito para os jogadores — e a implementação de medidas como o fundo de garantia salarial e melhorias nas condições de trabalho das mulheres.
“Os últimos avanços vieram da Fifa, não da FifPro. As condições de trabalho das mulheres partiram da Fifa. O fundo de garantia salarial foi ideia da Fifa. Nós fazemos muito para proteger nossos jogadores, e nossa arma é o Tribunal do Futebol. A Fifa tem um tribunal gratuito”, declarou Garcia.
Ainda em julho, antes da final do Mundial de Clubes, em Nova York, a Fifa se reuniu com representantes de diversos sindicatos de atletas. No encontro, foi acordada a necessidade de um descanso mínimo de 78 horas entre partidas, além de um período de 21 dias de férias ao fim de cada temporada.
Apesar disso, a FifPro emitiu um comunicado na última semana acusando a Fifa de colocar os interesses comerciais acima da saúde dos jogadores.
“O calendário sobrecarregado, a falta de períodos adequados de recuperação física e mental, as condições extremas de jogo, a ausência de diálogo significativo e o contínuo desrespeito aos direitos sociais dos jogadores tornaram-se pilares do modelo de negócios da Fifa”, afirmou a entidade.
Em resposta, Garcia acusou a FifPro de querer exclusividade na representação dos atletas e desmereceu a postura do sindicato. “Há muitos sindicatos que não são membros da FifPro, e outros que são, mas estão incomodados. Eles têm 70 sindicatos; nós temos 210 confederações. O que fazemos com os outros, excluímos? Temos medidas em todo o mundo para proteger os jogadores. A verdade é que, nas últimas semanas, temos a sensação de que querem mais aparecer nos meios de comunicação do que resolver os problemas dos jogadores”, concluiu.
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