O secretário de Fazenda de Mato Grosso, Rogério Gallo apresentou na manhã desta quinta-feira (23.04) na Assembleia Legislativa de Mato (AL/MT) o impacto que as empresas, comércios, indústrias e prestadores de serviços estão passando no período de contenção da propagação do novo coronavírus (Covid-19) em Mato Grosso.
De acordo com o secretário, as empresas com sede em Cuiabá deixaram de faturar cerca de R$ 300 milhões no mês de abril. O faturamento tributável diário pré-Covid-19 era de R$ 1,3 bilhão, ficando estabilizado nas duas últimas semanas na casa de R$ 1 bilhão. “Percebemos claramente o impacto sobre o faturamento das empresas, e o mês de maio deve sofrer uma sensível redução, tendo em vista como foi o mês de abril”, reforçou Rogério.
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Em relação à emissão de documentos fiscais emitidos diariamente pelas empresas e pelo comércio do Estado, Gallo ressaltou que foi uma queda de 200 mil transações a menos todos os dias no Estado de Mato Grosso. “Saímos de um patamar de 1,2 milhão documentos emitidos para 1 milhão de documentos emitidos diariamente”, frisou.
Ele explicou que primeira semana houve uma queda de 32%, chegando a 18%, estabilizando novamente em 18%, e nessa última semana fechada em 17 de abril, estabilizou com uma queda no comércio de emissão de documentos fiscais de 20%.
Sobre as notas fiscais eletrônicas, que interessa sobretudo a indústria e o setor atacadista, também teve um desaquecimento na última semana de 13%. “Nas notas fiscais eletrônicas nós temos um comportamento que é ditado pela sazonalidade da colheita da soja, quando temos um pico nos meses de janeiro, fevereiro e março de emissões de notas fiscais eletrônicas, mas nós percebemos que também houve um desaquecimento”.
O setor da agropecuária é que sentiu um pouco menos. Segundo o secretário, no período antes da Covid-19, o faturamento médio diário chegava R$ 466 milhões, chegando ao final da 5º semana no período da pandemia com uma perca de 14%.
Já as indústrias, antes da pandemia da Covid-19, tinha faturamento diário de R$ 233 milhões, sendo que teve uma primeira queda de 11%, chegando duas vezes a 25%, depois 31%, e estabilizando nessa última semana em 23%. Quase R$ 60 milhões a menos no faturamento diário.
Para Gallo, Cuiabá é uma cidade voltada ao comércio e ao setor de serviços, e no primeiro trimestre do ano teve um aumento de R$ 2 bilhões. “Estávamos em outro patamar de crescimento. Se nós não tivéssemos esse 'tsunami' chamado coronavírus, teríamos um ano muito bom para todo o setor produtivo, para a geração de emprego, geração de renda e políticas públicas” pontuou.