Após quase dois meses do prefeito Walace Guimarães (PMDB) ter terceirizado o atendimento médico de urgência e emergência do Pronto-Socorro de Várzea Grande, ao custo estimado de quase R$ 8,5 milhões por ano, os vereadores resolveram debater sobre o assunto e se mostraramcontráriosà medida adotada pelo peemedebista.
A discussão sobre a terceirização ocorreu na sessão ordinária da Câmara Municipal nessa quarta-feira (15.10), após o vereador Miguel Baracat (PT) apresentar um requerimento solicitando que o secretário municipal de Saúde, Douad Abdallab, compareça no Legislativo para esclarecer sobre a terceirização.
Durante um “longo” debate de quase uma hora, alguns vereadores se mostraram contráriosà decisão tomada por Walace, e outros aprovaram a medida adotada pelo gestor. Os vereadores Waldir Bento (PMDB) e Marcos Boró (PSD) no calor do debate chegaram a atacar o secretário de saúde e chamá-lo de incompetente.
“Se o secretário de saúde não tem condição de administrar o Pronto-Socorro, como todo o sistema, tem que terceirizar mesmo”, disse Boró. “Concordo com o senhor, tem que entregar para outro mesmo. Não tem competência para administrar tem que terceirizar”, complementou Waldir.
Waldir defendeu na tribuna da Casa de Leis, que a terceirização dos serviços médicos não irá resolver o problema da Saúde do município, já que faltam medicamentos, material de trabalho e outros insumos no setor. “Faltam medicamentos, as policlínicas estão em péssimas condições de funcionamento. Será que a privatização vai resolver?”, indagou o peemedebista.
Conforme Boró, a precariedade da Saúde só irá acabar quando o prefeito resolver investir na compra de medicamentos; construir um novo Pronto-Socorro; fazer com que as policlínicas funcionem 24 horas, nos fins de semana e feriados; construir mais PSF’s e Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Em defesa do prefeito e da terceirização, o vereador Ivan do Santos (PT), culpou os médicos pelo caos na Saúde municipal. Segundo ele, alguns médicos da rede municipal de Saúde, principalmente os do Pronto-Socorro, fazem “corpo mole” e não trabalham.
“As pessoas estão sofrendo com a falta de atendimento médico no Pronto-Socorro. A maioria dos médicos não está trabalhando, deixando o povo morrer. Eu sou a favor da terceirização da mão de obra médica para mudarmos isso. A terceirização é um tapa na cara dos médicos que não trabalham nesse município e continuam a receber seus salários normalmente”, declarou o petista.
Após a discussão, os parlamentares aprovaram o requerimento solicitando a presença do secretário de saúde na Casa de Leis.
Vale lembrar que após terceirizar o setor cirúrgico do Pronto-Socorro do município, por quase R$ 4 milhões ao ano, o prefeito Walace, alegando que não estaria conseguindo administrar o Pronto-Socorro, terceirizou no fim de agosto, o atendimento de urgência e emergência da unidade, e ainda, terceirizou o atendimento da UPA do Ipase, que não tem previsão de início de funcionamento.
De acordo com a ata do pregão da “terceirização”, a empresa vencedora – única participante do certame -, foi a Guarujá Serviços Médicos. O contrato será por 12 meses ao custo global de R$ 8.432.000,20, ou seja, a empresa deve receber por mês aproximadamente R$ 702 mil.
No entanto, a empresa não tem autorização em seu contrato social para atendimento hospitalar em Pronto-Socorro e unidades de atendimento de urgência. Confira aqui matéria relacionada.
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