O Dia do Refugiado é celebrado nesta sexta-feira (20.06) pela Organização das Nações Unidas (ONU) para conscientizar sobre as adversidades que as pessoas que foram obrigadas a deixar os seus países enfrentam. De 2010 para cá, Mato Grosso recebeu mais de 5.000 refugiados, vindos principalmente do Haiti e da Venezuela. Os dados são da Secretária de Assistência Social e Cidadania (Setasc) e da Pastoral de Migrantes.
Mato Grosso teve dois marcos de migração de refugiados, o primeiro após o terremoto do Haiti em 2010, que devastou o país, quando diversos haitianos vieram para o Brasil em busca de melhores oportunidades de trabalho e de vida. De 2010 a 2018, estima-se que o Estado recebeu 3.556 haitianos, segundo a Pastotal de Migrantes.
O segundo marco de migração para Mato Grosso foi após a crise política, econômica e humanitária da Venezuela que fez com os venezuelanos buscassem melhor condição de vida em outros países. Pelo país fazer fronteira com o Brasil, muitos migraram direto para o Amazonas e, a partir de lá, buscaram outros Estados.
Como Mato Grosso faz fronteira com o Amazonas, diversos venezuelanos se refugiaram aqui. Segundo Setasc, cerca de 3.911 venezuelanos vivem em Mato Grosso atualmente.
Hoje os imigrantes estão concentrados principalmente em Cuiabá e Várzea Grande e realizam todo tipo de trabalho, de forma autônoma à carteira assinada.
Segundo o Ministério Público de Segurança e Justiça, para uma pessoa ser considerada refugiada é necessário entender o motivo pelo qual ela deixou o seu país. Se esses motivos tiverem alguma relação com raça, segurança, religião, nacionalidade, grupo social, opiniões políticas ou até mesmo questões como violação grave de direitos humanos e crise econômica do local em que essas pessoas viviam, então elas podem ser consideradas refugiadas.
Histórico de migração no Brasil
O Brasil tem um histórico extenso de abrigar refugiados desde a Primeira e Segunda Guerra Mundial. À princípio, diversas famílias migraram da Europa em busca de paz e novas oportunidades. Segundo dados do Brasil Escola, o maior número de migrações para o Brasil ocorreu entre meados do século XIX e a década de 1930.
Apenas entre 1918 e 1933, estima-se que cerca de 1.5 milhão de refugiados migraram para o Brasil. Os portugueses, italianos, japoneses, alemães, sírios, turcos, egípcios e palestinos, em especial os mulçumanos, são os povos que mais migraram para o país. O que é possível observar que se enquadra em povos fugindo da guerra, perseguição religiosa e adversidades econômicas.
O Dia do Refugiado foi criado pela ONU para conscientizar sobre a situação de milhões de pessoas forçadas a deixar seus lares devido a conflitos, perseguições e outras situações adversas.
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