Sem ter a quem recorrer e desesperado com o estado de saúde de seu pai, chefe de gabinete do vereador Ivan do PT, líder do prefeito de Várzea Grande na Câmara, Sebastião Puruka, procurou a reportagem do VG Notícias, na tarde desta sexta-feira (07.03), e denunciou o descaso com pacientes no Pronto-Socorro do município, que estariam recebendo altas- médicas sem condições de deixar a unidade hospitalar.
Puruka relatou a reportagem do site, que seu pai, Carmindo Alves da Silva, 66 anos, sofreu há 110 dias um AVC (acidente vascular cerebral), e precisou ser internado no Pronto-Socorro. No entanto, durante o período de internação, Carmindo teria passado por procedimento de traqueostomia (procedimento médico que abre um buraco na garganta para permitir a passagem de ar), e também precisou de uma sonda para fazer as refeições e tomar os medicamentos.
Conforme Sebastião, o médico que atendeu e que vinha acompanhando o estado clínico de seu pai, era o ex-vereador do município, Marcos Boró. Contudo, na última quarta-feira (04.03), Boró saiu de férias, sendo substituído pelo médico Lúcio Duarte Guimarães, que de acordo com o denunciante, é sobrinho do prefeito Walace Guimarães.
“Só foi o doutor Marcos Boró tirar férias, aí esse doutor Lúcio entrou, que é sobrinho de Walace, ai deu alta para o meu pai. De uma hora para outra mandou meu pai igual a um cachorro para casa”, relatou o chefe de gabinete do petista.
Revoltado, Sebastião contou que na quinta-feira (05.03), Lúcio Guimarães, deu alta a Carmindo sem que este estivesse em condições de ser liberado. Nesta sexta-feira, o paciente teve que retornar à unidade por conta de complicações de saúde, ou seja, um dia depois.
“Meu pai está traqueostomizado, está tomando comida por sonda. Eu sou assessor do vereador Ivan. Para você vê como que está à saúde, nem a gente que trabalha com vereador é assistido, imagina os outros que não tem ninguém aqui” desabafou Puruka.
Puruka denunciou que conceder alta médica para pacientes que não estão em plenas condições de saúde, seria uma estratégia da Prefeitura para diminuir gastos com os pacientes que estão internados no local.
“Isso foi no mínimo para diminuir gasto para o município. Agora o médico que fica dando alta é parente do prefeito, para que, que é? E para diminuir gasto né, para Prefeitura”.
Além disso, Puruka revelou que teve que comprar o medicamento “Lidogel”, para passar na sonda utilizada pelo seu pai, porque não tinha no Pronto-Socorro.
Outro lado- O secretário de Saúde de Várzea Grande, Daoud Abdallah, disse a reportagem do VG Notícias, que desconhece a informação de que o médico Lúcio Guimarães, estaria dando alta médica aos pacientes para conter gastos, mas prometeu investigar o caso.
Quanto à falta de medicamento, Daoud disse que também desconhece e precisaria fazer um levantamento na Farmácia para saber o que está acontecendo.
No último domingo (01.03) já havia reclamação por falta de médicos e medicamentos no Pronto-Socorro, no entanto, Daoud classificou como mentira a denúncia do marido de uma paciente, que havia denunciado ao VG Notícias o desrespeito. Em menos de uma semana, outros casos surgiram e o secretário afirma que desconhece o problema.
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