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Cidades Sexta-feira, 11 de Setembro de 2015, 16:49 - A | A

Sexta-feira, 11 de Setembro de 2015, 16h:49 - A | A

Ex-bicheiro

Arcanjo é condenado a 44 anos de prisão pela morte de empresário

Duplo homicídio pelo qual ele foi condenado ocorreu há 13 anos

G1.com

Depois de quase dois dias de julgamento, o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro foi condenado na tarde desta sexta-feira (11.09), a 44 anos e dois meses de prisão em regime fechado pela morte do empresário Rivelino Jacques Brunini, que integrava uma rede de caça-níqueis no estado, e de Fauze Rachid Jaudy, em junho de 2002.

O julgamento teve início na manhã dessa quinta-feira (10.09). Arcanjo e Brunini seriam sócios no esquema de máquinas caça-níqueis, o que a defesa do réu alegou durante todo o júri.

O advogado de Arcanjo neste processo, Paulo Fabrinny, declarou que o julgamento foi do 'mito'. "Quem foi julgado foi o 'mito Arcanjo' e não João Arcanjo Ribeiro e não foram consideradas as provas no processo", disse. Segundo ele, não foram apresentadas provas que pudessem incriminar o cliente dele e, por causa disso, irá recorrer da decisão.

No julgamento, seis pessoas prestaram depoimento, sendo que o mais longo foi o da irmã de Brunini, Raquel Spadoni Jacques Brunini. Emocionada, ela chorou perante a juíza Mônica Catarina Perri, que conduziu o julgamento, e disse não restar dúvidas de que João Arcanjo mandou matar o empresário após um suposto conflito por causa da exploração de máquinas caça-níqueis em Mato Grosso na década passada.

Raquel disse que a vida da família ficou destruída depois do assassinato. "No dia do assassinato, as crianças para a casa da avó. Tivemos que sair de Mato Grosso. Fomos ameaçados por telefone. Igual filme de terror. Fomos embora e até hoje vivo fora do país. Passaram 12 anos e até agora ninguém trouxe meu irmão de volta. Tudo por causa do desgraçado desse homem", declarou, durante o júri.

Na sustentação oral, o promotor do Ministério Público Estadual (MPE), Vinícius Gahyva, disse ter absoluta certeza de que Arcanjo é o mandante do crime e citou as confissões dos ex-pistoleiros de Célio Alves e Hércules Agostinho, já condenados pelo duplo homicídio. Hércules foi quem efetuou os disparos que atingiram e mataram o empresário e Célio teria dado cobertura ao crime.

Argumentou que os jurados não poderiam esperar que fosse apresentado um contrato de crimes de pistolagem. "O crime organizado funciona por intermediários, nesse caso com pessoas como o coronel Lepesteur e o sargento Jesus", disse, numa referência ao coronel Frederico Carlos Lepesteur, preso durante a Operação 'Arca de Noé', deflagrada para prender João Arcanjo, e ao sargento da Polícia Militar, José Jesus de Freitas, assassinado em abril de 2002. Lepesteur prestava serviços ao ex-bicheiro, segundo o MPE.

'Aval dos poderes' - Para o MPE, o crime organizado liderado por Arcanjo só prosperou porque os integrantes dessa organização conseguiram cooptar agentes públicos ligados ao Executivo e Legislativo. “Não há crime organizado sem a cooptação deles”, afirmou, destacando ainda que Arcanjo exercia total influência e contava com o apoio de todos os poderes.

Segundo júri - Este é o segundo júri popular que Arcanjo enfrenta. O primeiro foi em 2013 pela morte de Domingos Sávio Brandão, quando ele foi condenado a 19 anos de prisão. Ele está preso na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Porto Velho (RO).

Crime à luz do dia - Na data do duplo homicídio, as vítimas estavam em uma oficina mecânica localizada na Avenida Historiador Rubens de Mendonça, em Cuiabá, por volta de 15h, quando foram surpreendidas por Hércules de Araújo Agostinho, acusado de prestar serviços de pistolagem para Arcanjo.

Em uma motocicleta, Agostinho se aproximou e disparou contra Brunini e contra outros dois que o acompanhavam. Brunini morreu na hora após ser atingido por sete disparos. Era ele o alvo da ação, segundo o MP. No entanto, Rachid Jaudy acabou sendo atingido também e morreu em decorrência do ferimento. Por sua vez, também atingido na ação, Gisleno Fernandes, a terceira vítima, acabou sobrevivendo. Hércules já foi condenado a 45 anos de prisão pelo crime.

Pelo duplo homicídio e pela tentativa de assassinato, a Justiça já condenou neste ano o ex-pistoleiro de João Arcanjo, Célio Alves de Souza, e Júlio Bachs Mayada. Célio Alves foi condenado a 46 anos e 10 meses de prisão e Mayada recebeu sentença de 41 anos de prisão.

Arcanjo já foi condenado, em 2013, a 19 anos de prisão pela morte do empresário Sávio Brandão, também em 2002.

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