O resultado da análise da água do Rio Guaporé, realizada pelo laboratório de referência do Sistema Único de Saúde (SUS) Evandro Chagas, no Pará, a pedido das Secretarias de Estado de Meio Ambiente (Sema) e de Saúde (SES), constatou a presença de mercúrio na água distribuída à população de Pontes e Lacerda (a 448 km de Cuiabá).
Diante do resultado, a equipe técnica da Sema vai aprofundar no diagnóstico, avaliar os impactos ambientais e interromper as atividades que ainda estiverem acontecendo de modo indevido na região, além de autuar os responsáveis pelas ações.
Conforme o coordenador de Monitoramento da Qualidade Ambiental da Sema, o químico Sérgio Batista Figueiredo, a primeira avaliação da qualidade da água foi realizada em novembro de 2015, quando técnicos de ambas secretarias foram até o município e coletaram cinco amostras de diferentes trechos do rio devido a utilização do metal por garimpeiros que estavam à época lavando material extraído do garimpo ilegal, perto das estações de captação da Companhia de Água da cidade (CAB).
Foram encontradas 0,000515 miligrama/litro (mg/L) de mercúrio próximo à captação da Estação de Tratamento de Água (ETA) e mais 0,000515 mg/L nas localidades da ponte. Mas o limite estabelecido pela Resolução do Conama de n° 357 é de 0, 0002 mg/L, o que significa que a quantia de metal encontrado no rio está acima do valor permitido.
O procedimento teve início a partir de uma denúncia da empresa CAB ao Ministério Público Estadual (MPE), de que garimpeiros estavam utilizando mercúrio nas proximidades da captação de água. O MPE, por sua vez, solicitou que a Sema fizesse análises da água do Rio Guaporé, mas como o laboratório da secretaria ainda não analisa metais pesados solicitou parceria com a SES, que por sua vez, obteve as análises no Laboratório de Referência do SUS, do Ministério da Saúde. Os resultados chegaram este ano e integram o processo do MPE, que aguarda providências da Sema.
Sobre o mercúrio - O mercúrio é um metal pesado que pode ser encontrado em águas naturais por meio da lixiviação de áreas de garimpo e mineração. É um composto tóxico, cuja concentração se potencializa à medida que se ascende na cadeia alimentar, principalmente na biomassa de peixes e nos seres humanos (metal bioacumulativo).
Pode causar danos no sistema nervoso central e pode levar à morte. Um caso emblemático de contaminação por mercúrio foi o incidente em Minamata, no Japão, na década de 50, quando muitas pessoas morreram ou sofreram sequelas em virtude do lançamento de despejos industriais contendo mercúrio lançados no mar.
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