Por Maysa Leão*
Cuiabá nasceu com a Santa Casa. São 208 anos de história, tradição, memória e compromisso com a vida. Não é apenas um hospital. É um símbolo da cidade, da medicina mato-grossense e da luta diária de milhares de pessoas por tratamento e dignidade. A Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá não pode ser reduzida a números ou a planilhas. Fechar suas portas é, antes de tudo, fechar a porta da esperança de muitos cuiabanos e mato-grossenses.
Falo não apenas como vereadora, mas como filha de dois médicos que dedicaram suas vidas à saúde pública. Cresci vendo o papel transformador da Santa Casa. Um hospital que não apenas salva vidas, mas também forma profissionais, multiplica saberes e acolhe com humanidade. A Santa Casa foi – e ainda é – uma escola. Lá, formaram-se médicos, enfermeiros, técnicos e, principalmente, pessoas.
Hoje, a Santa Casa é referência no atendimento a pacientes renais crônicos, oncológicos e crianças em situação de emergência. Sua UTI pediátrica é uma das poucas portas abertas para salvar os pequenos cuiabanos. Quando falamos de pacientes com câncer, o tempo é fator decisivo. Cada dia de espera pode significar o agravamento do quadro. Diagnóstico precoce e acesso imediato ao tratamento são as únicas chances de cura. E é isso que a Santa Casa oferece.
A localização privilegiada, próxima aos principais pontos de ônibus e vias de acesso, também torna o hospital acessível a quem mais precisa, a população que depende do transporte público e do SUS. É um hospital do povo, e para o povo.
Há ainda um valor que não se mede com orçamento, o valor histórico e cultural. Cuiabá só é capital de Mato Grosso porque aqui havia uma Santa Casa, como exigia o império português na época da fundação das capitais. Sem ela, talvez nossa história tivesse sido outra. É por isso que lutar pela Santa Casa é também lutar pela identidade de nossa cidade.
Peço aqui o apoio do governador e de toda a sociedade civil. Precisamos sensibilizar quem toma decisões. A Santa Casa não é um número. É um legado. É um alicerce de Cuiabá e da saúde pública de Mato Grosso.
Não podemos permitir que sua história termine por falta de sensibilidade ou de vontade política. A Santa Casa é nossa. E o nosso dever é mantê-la viva.
Por Maysa Leão – Vereadora por Cuiabá*
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