Um diamante bruto de 646,78 quilates foi encontrado em maio nas margens do Rio Douradinho, em Coromandel (MG), município do Alto Paranaíba. Avaliada em R$ 16 milhões, a pedra tem coloração marrom e representa a segunda maior já registrada no país, segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM).
O achado foi feito em uma área com Permissão de Lavra Garimpeira (PLG), título que autoriza a extração mineral em pequena escala. O local está regularizado junto à ANM. O proprietário, que não teve o nome divulgado, declarou a descoberta oficialmente no dia 29 de maio, por meio do Relatório de Transações Comerciais (RTC), cumprindo as exigências do Cadastro Nacional de Comércio de Diamantes (CNCD).
A maior pedra preciosa já localizada em território nacional continua sendo o diamante “Getúlio Vargas”, de 727 quilates, encontrado também em Coromandel, em 1938. Com isso, a cidade de pouco menos de 29 mil habitantes passa a ser o cenário das duas maiores descobertas do tipo no Brasil.
Com base no valor estimado do diamante, a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) deve gerar cerca de R$ 320 mil para os cofres do município, conforme informou o prefeito Fernando Breno. A alíquota aplicada é de 2% sobre a receita bruta da venda, descontados os tributos pagos.
Segundo o geólogo Daniel Fernandes, formado pela Universidade Federal do Mato Grosso, o valor de um diamante é determinado principalmente pelo peso em quilates — unidade que corresponde a 0,2 gramas. No caso da pedra mineira, o peso é estimado em 129,36 gramas. Outros fatores como cor, transparência e pureza também influenciam diretamente no preço.
Fernandes lembra que não há uma tabela oficial para avaliação de diamantes no Brasil, mas reforça a raridade da descoberta. “Isso cria esperança para todo garimpeiro que sonha encontrar uma pedra como essa”, afirmou.
A origem do quilate remonta à Antiguidade, quando comerciantes usavam sementes da alfarrobeira (Ceratonia siliqua), de peso constante, como padrão em balanças de precisão. A média de 0,2 gramas por semente acabou se consolidando como medida oficial para gemas e metais preciosos.
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