O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nessa quinta-feira (29.05), a reforma agrária como ferramenta central para o desenvolvimento do País. A declaração foi feita durante a criação oficial do Assentamento Maila Sabrina, em Ortigueira e Faxinal, no Paraná, que beneficiará 450 famílias em uma área de 10,6 mil hectares.
“Quanto mais gente estiver produzindo no campo, quanto mais pequenos proprietários a gente tiver, quanto mais incentivo a gente der, quanto melhor produzir, fica mais barato e todo mundo vive”, afirmou Lula. Para ele, a distribuição de terras não é apenas uma questão de justiça social, mas uma estratégia para combater a fome e baratear o custo dos alimentos.
O assentamento, resultado de um acordo judicial após 22 anos de disputa, é parte do programa Terra da Gente. O presidente criticou a criminalização dos movimentos de luta pela terra. “Tem gente que tenta vender a imagem de que vocês são invasores de terra. Na verdade, vocês são invasores de dignidade, de busca por respeito, de busca por direitos que vocês têm que ter”, disse.
Lula também relacionou a luta dos trabalhadores rurais à situação mundial da fome. Segundo ele, é inadmissível que o mundo produza mais alimentos do que a população consegue consumir, enquanto 700 milhões de pessoas ainda passam fome.
A área ocupada desde 2003 pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) hoje abriga 1.600 pessoas. Com produção de grãos, frutas, hortaliças e criação de animais, a comunidade mantém agroindústrias, eventos culturais e serviços públicos. Toda a estrutura foi construída sem apoio estatal, segundo o MST.
A criação do assentamento foi formalizada após um acordo homologado pela Justiça Federal, mediado pela Comissão de Conflitos Fundiários do Tribunal de Justiça do Paraná. “Esse avanço só foi possível por decisão política do presidente”, disse o advogado-geral da União, Jorge Messias.
Durante o evento, Lula reforçou o compromisso do governo com a agricultura familiar. “Não estamos apenas distribuindo terra, estamos plantando soberania, dignidade e futuro para este país”, concluiu.
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