Mais de um ano do “escândalo” da perda de milhões em medicamentos na Farmácia de Alto Custo de Mato Grosso, o Ministério Público Federal (MPF) abriu um inquérito civil para investigar o desperdício.
De acordo com o procedimento, a investigação parte do relatório da Auditoria Geral do Estado (AGE) que apontou um prejuízo de R$ 2,8 milhões em remédios que venceram antes de chegarem à população.
Conforme o inquérito, a investigação do MPF terá como objeto a compra e distribuição de medicamentos entregues pelo Ministério da Saúde à Secretaria de Estado de Mato Grosso, para apontar se os remédios chegavam já vencidos ou se a perda ocorreu por falta de um “cuidado” do Instituto Pernambucano de Assistência Social (Ipas) que era responsável pela administração da Farmácia de Alto Custo.
Segundo o MPF, as investigações ainda devem usar como “base” os resultados das investigações da Delegacia Fazendária.
Em maio do ano passado, pilhas e pilhas de caixas com os remédios vencidos foram “descobertos” no almoxarifado da Farmácia de Alto Custo. Alguns lotes de medicamentos tinham data de validade até dezembro de 2012. Outras pilhas de medicamentos tinham vencido em abril de 2012.
A Auditoria Geral do Estado apontou que mais R$191 mil em medicamentos vencidos foram encontrados na prateleira da farmácia pública, durante a auditoria. Também foram perdidos quase R$700 mil em medicamentos que estavam nas geladeiras da unidade de saúde.
Os medicamentos de alto custo deveriam ser destinados para o tratamento de pacientes com câncer, problemas neurológicos e outras doenças graves, porém, todos não foram distribuídos e tiveram que serem jogados no lixo.