Os vereadores de Várzea Grande irão protocolar na próxima semana um documento no Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), para solicitar explicação referente à operação “Camaleão” – deflagrada na última terça (18.11) em Várzea Grande.
De acordo com a vereadora Sumaia Leite (Solidariedade), os vereadores querem ter acesso a todo o processo que originou a operação que investiga fraude em processos licitatórios e contratos da Prefeitura de Várzea Grande, assim como as empresas e servidores públicos investigados, e os indícios que apontam a participação do prefeito Walace Guimarães (PMDB) no esquema de corrupção.
Conforme a parlamentar, as informações são de extrema importância para os vereadores, já que a Casa de Leis tem como “papel” fiscalizar as ações do Poder Executivo municipal.
“Com essas informações poderemos tirar as dúvidas da população sobre as investigações, descobrir se realmente ocorreram fraudes na Prefeitura de Várzea Grande, e assim saber como nós vereadores podemos agir, diante desses fatos”, disse a vereadora.
Segundo ela, sem as informações é temerário qualquer tipo de posicionamento por parte dos vereadores sobre o caso, como também “ataques” ao prefeito. Sobre a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso, a vereadora preferiu não falar sobre o assunto.
Durante a sessão da Câmara na última quarta-feira (19.11), o vereador Chico Curvo (PSD) disse que os vereadores precisam acompanhar “mais de perto” os processos licitatórios da Prefeitura, assim como a execução dos contratos por parte das empresas privadas que prestam serviço ao município.
Entenda - O Gaeco investiga fraudes no processo licitatório e na execução do contrato entre a Prefeitura e a Construtora Carneiro & Carvalho, no valor de mais de R$ 10 milhões para reforma e manutenção dos prédios públicos do município.
Conforme denunciado com exclusividade pelo VG Notícias, seis meses antes de vencer o certame a empresa fez uma alteração contratual, deixou de vender sapatos para virar construtora.
Do valor total do contrato (R$ 10 milhões), R$ 4 milhões já haviam sido repassado a Carneiro & Carvalho -, o restante do pagamento foi suspenso após o Tribunal de Contas do Estado aprovar uma medida cautelar suspendendo os pagamentos e contratos da empresa com o município.
Conforme o Gaeco, as fraudes eram realizadas desde a habilitação da licitação, onde atestados eram falsificados para que empresas participassem do certame e depois “consagrasse” vencedora. Outro tipo de fraude acontecia na execução dos contratos quando as empresas recebiam sem executar todo o serviço a qual era contratada para realizar.
De acordo com o promotor do Gaeco, Mauro Aurélio de Castro, o prefeito Walace Guimarães tinha conhecimento das fraudes nos contratos de licitações envolvendo a Prefeitura e a Construtora Carneiro&Carvalho.
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