Dívida na ordem de mais de R$ 1 bilhão, deixada pelo ex-governador do Estado, Silval Barbosa (PMDB), é um dos argumentos utilizados pelo governador, Pedro Taques (PSDB) para não conceder a Revisão Geral Anual (RGA) aos servidores público do Estado.
De acordo com Taques, as dívidas bilionárias são oriundas da Copa do Mundo, evento em que Cuiabá foi uma das cidades sede em 2014. “Ano passado nós pagamos de dívidas do Estado e encargos da dívida, 1bilhão e 100 milhões de reais, isso em razão do que foi contraído pela Copa do Mundo” declarou ao falar da crise enfrentada pelo Estado que impede de conceder a RGA aos servidores.
Além disso, outro ponto destacado por Pedro Taques é que 27% da dívida de Mato Grosso foi dolarizada na administração passada. “Isso significa dizer que quando fizeram a renegociação da dívida colocaram em dólar, o dólar era R$ 2, e agora com a subida do dólar passou para quase R$ 4, e no contrato a administração passada não colocou mecanismo de garantia, de seguro, para fazer uma avaliação cambial chamado hedge, isso significa que nós estamos pagando uma dívida absurda” destacou.
No entanto, Taques afirmou que já está negociando com a União Federal, e que o presidente interino Michel Temer (PDMB) chamou o Estado para uma reunião, que deve ocorrer nos próximos dez dias para discutir a renegociação da dívida.
Segundo o governador, além da dívida e da dolarização do valor, pesa contra o Estado o corte de recursos da União Federal. “O ano passado pagamos R$ 1,1 bilhão, se nada mudar, este ano teremos que pagar R$ 1,1 bilhão de dívidas contraídas pela administração passada, esse é um ponto muito importante, o outro, a União Federal tem diminuído os repasses para os Estados, não só para Mato Grosso, mas para todos os Estados do Brasil. A União Federal deixou de nos repassar este ano quase R$ 120 milhões, sem falar no FEX que ela já nos deve quase R$ 700 milhões, isso em razão da crise econômica nacional que todos estão acompanhando” esclareceu.
Taques reconheceu a RGA como direito do servidor, mas, alertou que não irá comprometer a folha de pagamento. “RGA é um direito do servidor, desde que nós tenhamos a Lei de Responsabilidade Fiscal atendida, nós desejamos pagar a RGA, só que eu não posso comprometer a folha de pagamento” enfatizou.
Vale destacar, que nesta segunda (30), o governo propôs pagar a RGA em duas parcelas, sendo 2% na folha de setembro e 3% na folha de janeiro, elevando o salário dos servidores do Poder Executivo ao percentual de 5%.
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