A Polícia Federal (PF), deflagrou na manhã desta terça-feira (27.03) a “Operação Outorga”, que investiga fraude na obtenção de financiamento agrícola por empresários do município de Abelardo Luz (SC). Os financiamentos individuais chegavam a R$ 500 mil, possuíam como garantia bens inexistentes.
Segundo a PF, o grupo estaria obtendo grandes valores a título de financiamento agrícola junto a instituição financeira do município catarinense, mediante a utilização de diversas fraudes documentais e também com a utilização de nomes de terceiras pessoas ("laranjas") que não possuem qualquer relação com a atividade agrícola.
Ao todo, cerca de 100 policiais envolvidos na operação, cumprem quatro mandados de prisão temporária, 25 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de bens e bloqueio de valores.
Em Mato Grosso, são cumpridos mandados em Cuiabá, Chapada dos Guimarães e Rosário Oeste. Os demais, são cumpridos em Abelardo Luz/SC, Xaxim/SC, Xanxerê/SC, Palmas/PR, Clevelândia/PR, Pato Branco/PR.
Conforme a PF, a investigação constatou que inicialmente o empresário catarinense que não teve o nome divulgado obteve financiamentos em seu nome. Em seguida, quando seu crédito junto ao banco havia se esgotado, passou a utilizar o nome de parentes e, finalmente, quando o crédito dos parentes também se esgotou, obteve diversos financiamentos em nome de diversos funcionários das empresas das quais era sócio proprietário.
Durante a investigação, também ficou constatado que o empresário de Abelardo Luz/SC havia figurado como procurador de 29 pessoas que obtiveram crédito agrícola irregularmente.
Os beneficiários do financiamento não possuíam qualquer relacionamento com a atividade agrícola, segundo as investigações, se tratava de funcionários de empresas do principal investigado, sendo a maioria motoristas de caminhão.
Os motoristas eram "transformados" em agricultores, mediante a falsificação de documentos que supostamente comprovavam atividade agrícola.
As procurações em favor do principal investigado foram outorgadas por instrumento público, dando amplos poderes de movimentação dos valores ao principal investigado e foram formalizadas no Cartório Extrajudicial de Abelardo Luz que tinha como titular, na época, a esposa do próprio empresário investigado, o que contribuiu para que a fraude fosse executada.
Ainda conforme a PF, até o momento foram dezenas de financiamentos agrícolas liberados na instituição financeira para o empresário investigado e seu grupo familiar, no período entre 2011 e 2016, cujos valores somados alcançam a cifra aproximada de R$ 41,4 milhões.
A assessoria de comunicação de Polícia Federal de Mato Grosso ainda não obteve informações com a PF de Chapecó, para informar qual seria a participação dos envolvidos de Mato Grosso. (Com informações PF -Chapecó/SC)
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