A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou na manhã desta terça-feira (15.07) a Operação Reversus para desarticular uma organização criminosa especializada em golpes e fraudes eletrônicas, na modalidade conhecida como “falso intermediário”. O grupo atuava em vários Estados do país e teria causado prejuízo superior a R$ 800 mil às vítimas.
Ao todo, são cumpridas mais de 50 ordens judiciais, incluindo 27 mandados de prisão preventiva, 24 buscas e apreensões domiciliares — inclusive dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE) —, além do sequestro de bens avaliados em até R$ 100 mil por investigado e bloqueio de contas bancárias que podem somar R$ 2,7 milhões.
Conforme o delegado Bruno Mendo Palmiro, da Delegacia Especializada de Estelionato, as investigações apontam que a quadrilha atuava de forma contínua entre 2023 e 2024, aplicando golpes principalmente por meio de anúncios falsos de venda de veículos e gado.
As ordens judiciais foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO) do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, com parecer favorável do Ministério Público Estadual. As diligências ocorrem simultaneamente em Mato Grosso, Rio de Janeiro, Piauí e Minas Gerais, com apoio das Polícias Civis locais.
Esquema criminoso partia da PCE
As investigações começaram após um golpe registrado em janeiro deste ano, em Cuiabá, quando uma vítima perdeu R$ 45 mil após acreditar em um anúncio fraudulento de venda de veículo no Facebook. O dinheiro foi transferido via Pix para contas ligadas à organização criminosa.
Durante as apurações, a Polícia identificou que o mentor do esquema está preso na PCE, onde cumpre mais de 40 anos de pena por homicídio, tráfico e roubo. Já o responsável por publicar os anúncios fraudulentos teve prisão decretada em Teresina–PI.
O valor obtido no golpe percorreu um caminho complexo: saiu do Piauí para o Rio de Janeiro, foi pulverizado em 13 contas diferentes, retornou a Cuiabá e se concentrou na conta de uma investigada que reside em condomínio de alto padrão. Essa mulher já possui condenação por fraude em Minas Gerais e é viúva de um criminoso executado por facções na fronteira com a Bolívia.
Conforme a Polícia, o grupo tinha estrutura organizada e divisão clara de tarefas, utilizando estratégias sofisticadas para dificultar o rastreamento financeiro.
Se condenados, os investigados podem pegar até 20 anos de prisão, podendo ultrapassar 30 anos com agravantes, pelos crimes de estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
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