O advogado Rodrigo Pouso, que defende Idirley Alves Pacheco, 40 anos, suspeito de ter matado o ex-jogador de Vôlei, Everton Pereira Fagundes, conhecido como “Boi”, 46 anos, na noite de quinta-feira, (10), se apresentou, na manhã desta segunda-feira (14.07), à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para expor a versão de seu cliente.
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Pouso afirmou que Idirley agiu em legítima defesa, em resposta a uma extorsão praticada pela própria vítima. Segundo ele, Everton teria se aproximado do casal com o pretexto de conciliar a separação, mas estava, na verdade, repartindo e transportando bens do casal.
"Quando Iderley se deu conta, Everton já estava removendo todos os bens — inclusive dirigindo uma das duas caminhonetes Amarok envolvidas", relatou Pouso. Ele classificou como "estranha" a situação em que a ex-esposa de Iderley conduzia o outro veículo e solicitou que ela seja ouvida novamente pela polícia para esclarecer seu papel no episódio.
Arma da vítima e disparo acidental, sem premeditação
Pouso enfatizou que a arma utilizada no disparo pertencia a Everton. Iderley, após o incidente, teria "dispensado" o revólver e, ao se entregar, indicou à polícia o local onde o teria deixado.
Quanto à motivação, o advogado sustenta que o disparo ocorreu na caminhonete conduzida por Everton e que não houve premeditação.
"Não houve planejamento. Iderley entrou no veículo que estava com sua esposa e o filho, ainda na casa da sogra”, alegou Pouso, desmentindo qualquer intenção prévia de crime. Ele também negou motivação passional, afirmando que Iderley só tomou conhecimento de uma suposta traição pela imprensa.
Extorsão de bens e antecedentes da vítima
Conforme a defesa, Everton teria manipulado a situação para se apropriar de bens do casal, incluindo um terreno, R$ 70 mil e uma Amarok, sob a justificativa de “conciliar”. Pouso argumentou que uma partilha de bens legítima deveria ser conduzida por um advogado especializado em direito de família, e não por um “terceiro aproveitador”. O advogado acrescentou que Everton possui antecedentes criminais por estelionato, um fato que, segundo ele, precisa ser investigado.
Próximos passos da investigação
Idirley só se apresentou após contratar sua defesa técnica. “Desde o primeiro momento em que contatou o colega Dr. Humberto, manifestou desejo de colaborar”, explicou Pouso, ressaltando que o mandado de prisão temporária (de 30 dias) estava sob sigilo.
A investigação continua com a polícia acompanhando Iderley até o local onde o revólver foi descartado. Uma faca recolhida no contexto do caso também integra o conjunto probatório. A origem da arma e a alegada extorsão serão pontos cruciais na apuração dos fatos.
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