A Polícia Civil confirmou nesta quarta-feira (09.07) que duas ossadas encontradas em uma área de mata no bairro Costa Verde, em Várzea Grande, pertencem a Diego de Sales Santos, 22 anos, e Mefibozéte Pereira da Solidade, 25 anos — dois dos cinco trabalhadores maranhenses desaparecidos desde janeiro deste ano.
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A revelação foi feita durante coletiva da Operação Desterro, deflagrada pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que cumpre mandados de busca e apreensão relacionados ao caso. A investigação aponta que o grupo foi alvo de uma facção criminosa que atua em Mato Grosso, que acreditava que os trabalhadores integravam um grupo rival com atuação no Nordeste.
“Até o momento, não encontramos nenhum indício de que as vítimas tinham envolvimento com facções. Há somente registros pouco relevantes, como um TCO. As evidências apontam que eram pessoas que vieram ao Estado apenas para trabalhar”, afirmou o delegado Rogério Gomes.
Segundo ele, os criminosos agiram motivados por retaliação. “Na visão do Comando Vermelho, os maranhenses seriam integrantes do PCC ou de outra facção nordestina. Mas tudo indica que essa foi uma suposição equivocada”.
Além das buscas, a operação resultou em duas prisões em flagrante: uma por porte ilegal de arma de fogo e outra por fraude processual. Neste segundo caso, um investigado que deveria estar sendo monitorado por tornozeleira eletrônica utilizava uma terceira pessoa para simular o uso do equipamento.
Investigação continua
Apesar da identificação de dois corpos, três vítimas continuam desaparecidas: Wallison da Silva Mendes, 21; Wermison dos Santos Silva, 21; e Walyson da Silva Mendes, 25.
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Na coletiva, a polícia explicou que buscas já foram feitas na mesma região onde os dois corpos foram localizados, mas sem sucesso. “Não descartamos novas diligências. É uma região extensa de mata, e por isso dependemos muito de informações anônimas que indiquem pontos específicos onde podemos encontrar restos mortais”, explicou Gomes.
O delegado Caio Albuquerque, titular da DHPP, reforçou a importância da colaboração da população.
Entenda o caso
Os cinco maranhenses chegaram em Mato Grosso no dia 9 de janeiro deste ano, recrutados por uma empresa por meio de uma agência de trabalho. Eles foram levados para um alojamento no bairro Jardim Primavera, em Várzea Grande. No dia seguinte, quando deveriam fazer os exames admissionais, desapareceram. Desde então, nenhum deles foi mais visto.
O caso começou a ser investigado pelo Núcleo de Pessoas Desaparecidas, mas diante dos indícios de homicídio e da conexão com o crime organizado, foi transferido à DHPP.
A polícia segue com várias frentes de investigação, incluindo análise de celulares apreendidos, quebra de sigilos e diligências com apoio de cães farejadores e Corpo de Bombeiros.
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