Mesmo com uma redução de 28% nos homicídios em Mato Grosso nos últimos anos, os casos de feminicídio seguem em alta. Só em 2024, 27 mulheres foram assassinadas no Estado, sendo 10 casos registrados em junho. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (16.07) pelo secretário estadual de Segurança Pública, coronel César Augusto Roveri, durante balanço das ações de combate à criminalidade.
Roveri destacou que 77% das vítimas foram mortas dentro de casa e que somente quatro tinham boletim de ocorrência, sendo duas com medidas protetivas. “Infelizmente, é um fenômeno social. A segurança pública tem que trabalhar, mas não é um problema apenas policial. A maioria das mortes ocorre dentro das residências, sem que o Estado sequer saiba que essa mulher corria risco”, afirmou.
Para tentar conter os índices, a Secretaria investiu em treinamento para atendimento humanizado, criação de Salas Lilás na Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), além de espaços especializados em quase 30 municípios. Também foram adquiridas cerca de 30 viaturas para a Patrulha Maria da Penha.
“Estamos capacitando, aumentando a estrutura e trabalhando em parceria com Ministério Público e Judiciário. Mas precisamos do apoio da sociedade para reduzir esses índices”, completou Roveri.
Mesmo com o aumento dos feminicídios, outros indicadores mostram avanço, segundo o secretário. A queda nos homicídios é atribuída a estratégias como o programa “Tolerância Zero às Facções Criminosas”. Ele também ressaltou o papel do Grupo Especial de Segurança de Fronteira (Gefron), que registrou aumento de mais de 180% nas apreensões de drogas.
“O Gefron não defende só Mato Grosso, ele defende o Brasil. Temos uma fronteira seca de quase mil quilômetros. Mas o combate não acontece só na fronteira: ontem mesmo, em Várzea Grande, foram apreendidos quase 400 kg de drogas no perímetro urbano”, afirmou.
Outro destaque foi a criação do canal Disque Extorsão, que já recebeu quase mil denúncias desde o lançamento. “No primeiro mês tivemos um destaque muito grande, com quase 400 ligações, o que possibilitou operações conjuntas com Ministério Público, GAECO e forças policiais”, concluiu o secretário.
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