A produção da indústria nacional registrou alta de 0,7% em agosto, na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é o segundo avanço da produção, depois de registrar queda entre março e junho. No mês anterior ao da pesquisa, julho, o avanço também havia sido de 0,7%.
“É uma melhora em relação a um passado recente, mas não zera as perdas. São dois resultados positivos, mas não só não recupera esse período tampouco suplanta a perda do mês de junho isoladamente. Precisaria de um movimento consistente [para se falar em recuperação]”, afirmou o gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, André Luiz Macedo. No ano, a atividade fabril acumula recuo de 3,1% e, em 12 meses, de 1,8%.
O IBGE atribui o resultado positivo ao desempenho de 14 dos 24 ramos pesquisado, com destaque para o crescimento de 2,4% das indústrias extrativas. Na sequência, aparecem os setores de máquinas e equipamentos (3,9%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,5%), de produtos alimentícios (1,1%), de produtos de borracha e material plástico (4,1%), de produtos do fumo (15,4%) e de produtos de metal (2,7%).
Entre os setores que mostraram queda na produção estão as indústrias de bebidas (-6,1%), perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (-4,2%), produtos farmacêuticos e farmoquímicos (-7,4%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-1,5%) e outros equipamentos de transporte (-6,9%).
Na análise das categorias econômicas, apenas bens intermediários registrou aumento na produção, de 1,1%, após recuar por quatro meses seguidos. O segmento de bens de capital não mostrou variação, o de bens de consumo duráveis caiu 3% e o de bens de consumo semi e não-duráveis, 0,8%.
Resultados negativos
Frente ao mesmo período do ano anterior, a indústria mostrou queda de 5,4% - a sexta seguida. A maioria dos 26 ramos registrou queda na produção, com a maior influência partindo de veículos automotores, reboques e carrocerias (-25,6%).
"Quando a gente compara com ano passado, os resultados são predominantemente negativos”, ressalta André Luiz Macedo.
Os bens de consumo duráveis mostraram queda de 17,9% na produção e bens de capital, de 13,4%. Os segmentos de bens intermediários recuaram 3,3% e de bens de consumo semi e não-duráveis, 3,1%.
No índice acumulado para os oito meses de 2014, houve retração em três das quatro grandes categorias econômicas, 18 das 26 atividades, 56 dos 79 grupos e 64,3% dos 805 produtos investigados.