Em outubro, a carne e a cerveja ficaram mais caras e influenciaram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), conhecido como prévia da inflação oficial. Depois de avançar 0,39% em setembro, o índice acelerou para 0,48% no mês seguinte, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No ano, o indicador acumula alta de 5,23% e, em 12 meses, de 6,62%, acima do teto da meta de inflação do Banco Central (BC), de 6,5% ao ano. Em outubro do ano passado, o IPCA-15 mostrou a mesma variação do 10º mês deste ano, de 0,48%.
Segundo o boletim Focus divulgado pelo BC na véspera, a expectativa dos economistas para a inflação deste ano ficou em 6,45%. Para 2015, a previsão do mercado ficou estável em 6,30%.
Entre os itens de consumo analisados pela pesquisa, os alimentos foram os responsáveis pelo aumento da inflação. Nesse grupo, a alta passou de 0,28% para 0,69%, puxada pelos preços das carnes, que subiram 2,38%, da cerveja (3,52%), do frango (1,75%) e do arroz (1,35%).
O segundo grupo de despesas que mais influenciou o desempenho do IPCA-15 foi o relacionado à habitação, cuja taxa subiu de 0,72% para 0,80%. A energia elétrica ficou 1,28% mais cara e o gás de cozinha, 2,52%.
Também avançaram os preços de vestuário (de 0,17% para 0,70%), saúde e cuidados pessoais (de 0,30% para 0,37%) e despesas pessoais (de 0,31% para 0,40%).
"Nas Despesas Pessoais (de 0,31% para 0,40%), o item empregado doméstico, com 0,73%, merece destaque, tendo em vista que as informações de rendimentos da Pesquisa Mensal de Emprego – PME das regiões metropolitanas de Porto Alegre e Salvador não estiveram disponíveis para os cálculos dos índices de julho, agosto e setembro, o que levou à adaptação da metodologia", diz o IBGE, em nota.
Preço de passagens sobe menos
A alta de preço das passagens áreas caiu 17,58% para 1,4%, fazendo com que o avanço do grupo de gastos recuasse de 0,45% para 0,25%. Também seguiram a mesma tendência de queda os grupos artigos de residência (de 0,43% para 0,13%), educação (de 0,20% para 0,08%) e comunicação (de 0,56% para zero).
Entre as capitais pesquisadas pelo IBGE, Brasília mostrou a maior taxa, de 0,73%, devido ao reajuste da energia elétrica, de 5,99%. O menor índice foi o de Belém (-0,04%), onde os alimentos consumidos em casa (-0,01%) registraram queda.