O secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, afirmou na entrevista virtual desta quarta-feira (24.06) não concordar com a reclamação do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) que pediu quarentena coletiva obrigatória no Estado inteiro, alegando não ser justo Cuiabá fazer a lição de casa e pagar o preço por quem não fez.
Pinheiro justificou que 60% dos leitos das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) destinados para pacientes com covid-19 em Cuiabá, estão ocupados por pacientes do interior. Leia mais - Emanuel defende que quarentena coletiva obrigatória seja estendida a todo MT, ou irá recorrer da decisão
“Eu concordo que todos os municípios que chegaram à mesma categoria que Cuiabá e Várzea Grande precisam adotar medidas idênticas, não há justificativa para um município que atingiu um número muito alto, de risco, não tenha decisões tomadas, como foi aqui na grande Cuiabá, porém, não concordo com a tese que precisa ser a mesma medida no Estado todo”, disse o secretário.
Figueiredo comparou as cidades como filhos que precisam ser medicados, ao dizer que o remédio é prescrito conforme os sintomas apresentados, no entanto, não citou que os pacientes das cidades independente que se enquadram ou não no alto risco estão ocupando leitos na Capital.
“Vamos fazer uma analogia, você tem em casa cinco filhos, um deles está com febre, você dá analgésico para os cinco?”, questionou.
O secretário também argumentou que não tem como aplicar o mesmo “remédio” se o município não fez a lição de casa. Porém, se considerar os pontos enfatizados pelo secretário, com exceção aos números de casos, Cuiabá cumpriu desde o início as medidas de isolamento, fechou o comércio, aplicou toque de recolher, ou seja, cumpriu a lição.
“Vamos promover o fechamento total em município que não tem nenhum caso, aonde o prefeito com competência adotou as medidas necessárias de contenção, fez barreira sanitária, conteve, fez toque de recolher, merece aplauso da população, agora ele vai punir a população porque outro município não cumpriu com tarefa, então não concordo com essa tese. Agora, tem determinado município que está muito próximo um do outro, como é o caso de Cuiabá, Várzea Grande e Chapada dos Guimarães, nestes munícipios é preciso ter comportamento idêntico”, disse o secretário.
O secretário disse que o momento é de tomar decisões para tentar conter o caos, segundo ele, a atenção primária nos municípios precisa ser suficiente para fazer: "Chegamos ao caos, o que podemos fazer nesse momento? Conter a população, que é o isolamento social e a assistência na atenção primária. Pelo menos o básico o gestor municipal tem que fazer, porque mesmo sem gestão plena, não fizeram nenhuma UTI.”
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