O secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, na live dessa sexta-feira (19.06) afirmou que não adianta os recursos em caixa, se os gestores não conseguem adquirir ou sentem “medo” de comprarem equipamentos com preços exorbitantes para montar Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) durante a pandemia.
“Se tiver 10 respiradores a disposição para vender por R$ 150 a R$ 200 mil, quem vai ter coragem de comprar sabendo que no início da pandemia, nós compramos por R$ 50 mil, são decisões difíceis. Cadê a garantia que não seremos punidos por isso? Então, este contexto para viabilizar ele coloca em risco todos os prefeitos, os secretários de saúde. Estão todos com medo, ninguém quer ser fiscal de contrato nesse momento”, afirmou.
Gilberto afirmou não ser fácil tomar decisões nesse momento e alertou que os órgãos de controle não vão considerar a elevação dos preços, quando punirem secretários, prefeitos e Estados aos ressaltar que além dos gastos com estrutura, o custo dos leitos também é elevado.
“Um conjunto de 10 leitos de UTI requer pelo menos 60 profissionais de saúde para cuidar. Quando eu falei que não adianta ter só os recursos, é porque o recurso está aqui. Mas aonde está o equipamento para ser vendido ao preço que amanhã ou depois os gestores não serão punidos. Quantos gestores já estão por ai sendo responsabilizados por aquisições com valores acima do valor do mercado, ai se esquece que está tendo uma pandemia. Se a máscara custava R$ 50 centavos passou a ser comercializado por R$ 2 reais, quem vai suavizar a pena de um secretário de Estado ou um secretário de Saúde por ter feito essa aquisição? Os organismos de controle vem voraz em cima para aplicar a penalidade”, destacou.
Figueiredo ainda relatou sobre o aumento com o custo da mão de obra. Segundo ele, os valores dos serviços prestados em UTI subiram de forma substancial porque a remuneração dos profissionais também subiu.
“É uma atividade de alto risco, antes você conseguia contratar um enfermeiro para trabalhar no hospital com mais facilidade, hoje não. Ao contratar é questionado: espera ai, esse hospital ele vai ter Covid, não quero -, e aqueles que aceitam, querem ser remunerado até pelo risco que correm o que é natural. Então não é fácil criar leitos, simplesmente porque tem dinheiro na mesa”, desabafou.
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