A secretária da Mulher da Prefeitura de Cuiabá, tenente-coronel Hadassa Suzannah, classificou como "inadmissível" e "perversa" a tentativa do principal suspeito de mandar matar Heloysa Maria Alencastro Souza, de 16 anos, de responsabilizar a mãe da jovem pelo crime brutal. Heloysa foi assassinada e teve o corpo encontrado dentro de um poço, com sinais de violência, na última terça-feira (22).
“É uma narrativa perversa e inaceitável. Culpar a mãe é mais uma forma de violência. É inadmissível o número de feminicídios que seguimos enfrentando. A sociedade não pode mais tolerar isso”, afirmou Hadassa, que acompanha o caso de perto e presta apoio à família da vítima.
O principal suspeito, Benedito Anunciação Santana, de 40 anos, foi preso na quinta-feira (24.04). Ao sair da delegacia, Benedito alegou que apenas teria feito "o que a mãe da vítima pediu", provocando indignação. A família de Heloysa e a própria secretária repudiaram imediatamente a fala, acusando o réu de tentar fugir da responsabilidade pelo crime.
A advogada da família, Renata Cristaldo, também reagiu de forma contundente. Em nota, classificou a declaração como "mais um ato de covardia" e denunciou a tentativa do acusado de "manchar a memória de Heloysa e de sua mãe".
“Ele tenta ferir moralmente uma mulher em luto, brutalmente atingida pela perda da filha. A Justiça precisa agir com rigor”, declarou a advogada.
Crime bárbaro
Heloysa foi sequestrada dentro de casa, no bairro Morada do Ouro, e levada em um veículo roubado. Após horas de buscas, equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) localizaram o corpo da adolescente amarrado e jogado em um poço, na região do Ribeirão do Lipa.
Durante as investigações, o filho de Benedito, de 17 anos, confessou o crime e afirmou que o assassinato foi ordenado pelo pai. Outro adolescente, de 16 anos, também confirmou que a ação foi premeditada e motivada por razões passionais.
O caso é tratado como feminicídio e chocou toda a sociedade cuiabana. A Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) segue com as investigações.
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