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Cidades Sábado, 14 de Setembro de 2024, 11:55 - A | A

Sábado, 14 de Setembro de 2024, 11h:55 - A | A

SAÚDE DA UTI

Moradores fazem manifesto e expõem gravidades da saúde após morte de recém-nascido

O protesto foi durante visita de governador em reunião com Roberto Dorner

Assessoria

Um grupo de moradores protestou, na noite dessa sexta-feira (13.09), na entrada do Amazon Centro de Eventos em Sinop – local que pertence ao prefeito que busca reeleição, Roberto Dorner (PL) e que recebeu o governador Mauro Mendes (UNIÃO). Eles carregavam cartazes cobrando justiça pelo menino Rhavi, que morreu no dia 28 de agosto após ficar mais de 50 dias internado numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Na entrada, Mauro chegou a parar por alguns segundos, leu as frases, questionou “quem era Rhavi” e entrou no evento para apoiar Dorner.

Uma das manifestantes era mãe de Rhavi, Rafaela da Mata Bento Oliveira. “Queremos resposta do prefeito, queremos resposta da primeira-dama (Sheila), queremos que faça alguma coisa. Esse processo é um protesto pacífico, porém a vida de um bebê que foi jogado ao lixo por conta de uma negligência médica. Até hoje um, joga para um lado, um, joga para o outro e ninguém vem nos dar respostas. Estamos aqui aguardando que ele (Roberto Dorner). Já que ele quer ser alguém melhor em Sinop, que ele possa nos dar a resposta possível. O porquê a nossa Sinop, o porquê a nossa cidade, o porquê o SUS está desse jeito. Estamos aqui para protestar e pedir resposta pelo Rhavi”, desabafou.

Rafaela da Mata afirmou ter feito todo acompanhamento de pré-natal na saúde pública de Sinop. No dia 20 de junho, começou fortes dores, foi até a Unidade de Pronto Atendimento (UPP) da avenida André Maggi, foi avaliada e o médico constatou que a criança estava nascendo.

Foi solicitado uma vaga no hospital Santo Antônio, ficou aguardando por horas na UPA com contrações fortes, ocorreu o descolamento de placenta com sangramento. Por isso, os médicos a levaram para o box de emergência para fazer a higienização e, além disso, para “não sujar a ambulância” acabaram colocando a força gazes nas partes íntimas dela.

Ela contou que por volta das 5h10 foi deixada na ala SUS do Hospital Santo Antônio com muita fraqueza por ter perdido muito sangue e passou por um cesárea de emergência, retiraram o bebê desacordado e após três paradas cardíacas o pediatra reanimou Rhavi, que em seguida foi entubado e levado para UTI.

Rafaela só foi conhecer o filho, dois dias depois e descobriu que ele havia nascido sem oxigenação no cérebro por conta do tempo que levou para nascer, já que os exames comprovaram a saúde perfeita do bebê durante todo período gestacional.

Ele ficou por mais de 50 dias na UTI e após o ganho de peso foi avaliado pelo cirurgião, passou por uma traqueostomia e gastrectomia no dia 23 de agosto. No entanto, Rhavi passou a não aceitar mais a dieta e no dia 28 de agosto acabou morrendo.

Roberto Dorner tem evitado atender jornalistas, participação em entrevistas para apresentar propostas. Na última quarta-feira, ele se esquivou da responsabilidade de prestar contas aos eleitores e deixou de comparecer à sabatina promovida pelo Conselho Municipal de Saúde. O evento, que tinha como objetivo esclarecer polêmicas e denúncias relacionadas à gestão de Dorner na saúde pública do município, foi boicotado pelo prefeito, que justificou sua ausência através de um ofício encaminhado ao Conselho.

Na carta, Dorner alegou estar sobrecarregado por "incontáveis convites com o mesmo propósito", além de compromissos eleitorais devido ao curto período de campanha. Entretanto, ele não abordou diretamente as questões envolvendo a Operação Cartão Postal, que revelou um rombo de R$ 87 milhões. A investigação apontou irregularidades em três contratos firmados entre a Prefeitura de Sinop e o Instituto de Gestão Pública e Privada (IGPP), organização responsável pelo gerenciamento da saúde no município.

No dia 27 de agosto, Dorner também não compareceu à sabatina da rádio Jovem Pan, uma das emissoras com maior audiência em Sinop, e deixou de se manifestar sobre a situação. Nos bastidores, circula a informação de que o candidato teme perder votos com a exposição que debates e entrevistas podem provocar durante o período eleitoral.

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