O morador de Várzea Grande, Matheus de Arruda Dalla Nora, denunciou ao 
nesta terça-feira (16.04) uma suposta “máfia de reprovação de testes” do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT). Submetido ao terceiro teste para obtenção de sua carteira de habilitação, Matheus aponta irregularidades cometidas por uma examinadora, incluindo reprovações sem justificativa adequada. Ele contestou o laudo emitido pelos profissionais, que alegaram como motivo da reprovação a não realização de uma parada obrigatória, sendo que havia um ciclista na via.
Indignado, Matheus obteve imagens do dia de seu teste para a categoria B que contradizem o laudo da examinadora, provando sua falsidade. “A examinadora D.D.M. afirmou no laudo, que tenho em mãos, que eu não parei para respeitar a sinalização e mencionou a presença de um ciclista na via. Obtive imagens e vídeos do local do teste, disponibilizados por um comércio próximo, que mostram que realizei a parada obrigatória e que não havia ciclistas na via”, declarou Matheus.
O condutor relata que sente prejudicado tanto pelo órgão, que cobra R$ 250,00 por cada teste, quanto pela examinadora que o reprovou indevidamente. Até o momento, Matheus já desembolsou R$ 500,00 apenas em testes, além dos custos de transporte para o local das provas. “Com mais essa reprovação, teria que gastar outros R$ 250,00. Portanto, R$ 250,00 a cada reteste”, lamentou.
Ele registrou um boletim de ocorrência denunciando a suposta máfia e o tratamento descortês, caracterizado pela grosseria da examinadora, que, segundo ele, utilizava o WhatsApp durante o teste. “Como mostram os vídeos que estão em minha posse, várias pessoas têm sido vítimas dessa examinadora, que também alegam não ter cometido nenhuma infração. Após buscar os resultados, encontram-se reprovados. Registrei um boletim de ocorrência e tomarei todas as medidas judiciais necessárias para garantir meu direito e o das demais pessoas afetadas”, afirmou o condutor.
Outro lado - Atualizada - O Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT) informa que os procedimentos de acompanhamento, monitoramento e avaliação dos candidatos em processo de habilitação para condução de veículos automotores é realizada de forma técnica, impessoal e objetiva, seguindo as regras dispostas na legislação de trânsito. "Importante destacar que esta Autarquia promove continuamente a formação dos profissionais Examinadores de Trânsito e dos recursos tecnológicos de acompanhamento das atividades de formação dos condutores em processo de habilitação."
Consta ainda da nota, que neste ano de 2024, o Detran-MT registrou um percentual de 37% de reprovações nos exames práticos de direção de veículo 4 Rodas (carro), estando os índices da cidade de Várzea Grande dentro da média de aprovações e reprovações do Estado de Mato Grosso.
Ainda segundo a nota, em contato com a equipe da Ciretran de Várzea Grande, obtivemos a informação de que “Durante o percurso, o candidato fora reprovado, pois não realizou a parada obrigatória na Travessia Eduardo Gomes, onde o candidato apenas diminuiu a velocidade e entrou sem cumprir a obrigação de parada obrigatória e da atenção acerca do ciclista que trafegava na via preferencial. Imediatamente após o ocorrido o candidato foi avisado acerca da falta cometida e da necessidade de remarcar o teste prático. É necessário esclarecer ainda que no dia 06/04/2024 o mesmo candidato reprovou em razão de ter realizado uma manobra perigosa, conforme relatório confeccionado pela comissão composta no referido dia”.
O não conseguiu contato com a defesa da examinadora.
VEJA ABAIXO DESABAFO DO CONDUTOR NA ÍNTEGRA:
"Esse é o meu boletim de ocorrência. Lá aconteceu da seguinte forma... Eu fui no sábado, dia 6, fazer a minha prova de carro no pátio da Interlagos em Várzea Grande, próximo ao Ginásio. O rapaz do Detran disse que eu não tinha estacionado certo na vaga. Eu vi que estava certo, todos viram, os professores viram. Beleza reprovei. Paguei mais R$ 250 para no dia 13 refazer a prova. Cheguei lá na baliza fiz garagem, passei na garagem e o mesmo mandou eu fazer percurso de rua. Cheguei no carro, entrei com a D.D.M. – a mulher que me reprovou a 1ª vez – quando eu cheguei na autoescola. No percurso de rua, ela sempre lembrando da seta, tudo certinho, até porque eu paguei aula extra para refazer, para não dar esse tipo de erro de novo. Falou para mim: vira a primeira direita, virei. Vira a primeira direita de novo, virei. Agora você entra a primeira esquerda, virei certinho. Chegou na esquina ela disse: vira à esquerda. Depois a direita, virei à direita e tinha a faixa no chão: escrito pare. Cheguei na faixa, parei. Observei Não tinha ninguém, até porque ele é um ponto cego, não tinha ninguém. Dei a seta para a direita, entrei, cheguei perto do mercado semáforo fechado, aguardei o semáforo abrir, seta para a direita, entrei de novo e desci. Chegou no final do percurso, ela disse, você está reprovado, porque você não parou - na parada obrigatória -. Falei, mas como que eu não parei? Ela colocou no meu papel, que eu tinha não parado, na parada obrigatória, e disse que eu só diminuí a velocidade, disse também que eu não observei o ciclista que estava vindo, sendo que não tinha nenhum ciclista. Fui atrás de provas para provar que parei lá, até porque eu não tenho condições de estar pagando reteste. Eu já fiz minha habilitação nas últimas sem dinheiro e eu não tenho condição de ficar pagando reteste".
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