A juíza da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, Ana Cristina Mendes, mandou soltar na tarde desta terça-feira (17.09), César Farias, Juelson do E. S. Brandão, Pedro Dalla Nora, Carlos Vitor Timo R. Jr., Roberto Passos de Oliveira e Heverton Neves R. Moraes, presos na sexta fase da operação Polygonum, deflagrada na segunda-feira (16.09), pela Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), o Ministério Publico Estadual, com apoio do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).
Na operação, foram presos 12 suspeitos, César Farias, Juelson do E. S. Brandão, Pedro Dalla Nora, Carlos Vitor Timo R. Jr., Roberto Passos de Oliveira, Heverton Neves R. Moraes, Ronnky Chael Braga, Augusto de Carvalho Schneider, André Luiz Ferreira de Souza, Alessandro Pontes Gomes, Roberto Correa de Arruda e Maurício Evanildo Vilas Boas, sendo quatro deles soltos no mesmo dia da operação e cinco no final da tarde de hoje.
De acordo com investigações, as fraudes eram praticadas por servidores públicos, proprietários rurais e engenheiros florestais, no âmbito da Gestão Florestal, visando à supressão da vegetação nativa, diminuindo a área destinada à Reserva Legal, ao classificar a tipologia da propriedade de área de floresta em área de cerrado, em desconformidade com a lei.
Ainda, segundo investigações, alguns servidores responsáveis pela vistoria iam até as propriedades rurais e validavam as informações falsas, reenquadrando a classificação da fitofisionomia vegetal da propriedade, aumentando a área passível de desmate com diminuição do coeficiente de reserva legal.
As investigações indicaram que proprietários de imóveis rurais, através de engenheiro florestal, estariam fraudando o sistema ambiental com relatórios ambientais inidôneos. O imóvel localizado em bioma amazônico, por exemplo, pode ser desmatado em apenas 20%. Contudo, se a tipologia florestal for de Cerrado, o proprietário tem direito a desmatar 65%.
Com um relatório falso aprovado pela Sema é possível desmatar mais do que o triplo permitido pelo Código Florestal. Assim, uma fazenda de 10.000 hectares, localizada no bioma amazônico, poderá desmatar 4.500 hectares a mais com o relatório fraudado aprovado pela Sema. Essas informações ficam registradas no sistema e, com o uso de imagens de satélite e outras ferramentas tecnológicas, podem ser auditadas em qualquer momento, mesmo após os desmatamentos.
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