Entidades ligadas ao setor ferroviário emitiram uma carta aberta apontando inconsistências na mudança proposta pelo Governo DE Mato Grosso para a troca do modal de transporte entre Cuiabá e Várzea Grande, do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) para o Ônibus de Trânsito Rápido (BRT).
Conforme as entidades, o BRT não passa de uma faixa para transporte público e que custaria R$ 340 milhões a mais do que foi orçado pelo Estado. Contudo, o Governo de Mato Grosso contestou as informações das entidades e afirmou que a implantação do BRT não irá diminuir a capacidade viária de Cuiabá e Várzea Grande.
Segundo o Governo, na maior parte do trajeto, o BRT será implantado na mesma posição proposta para o VLT. Quanto ao investimento público na compra de ônibus e baterias não será transferido ao usuário do transporte coletivo e a tarifa de R$ 3,04 do BRT, considera o custo operacional de manutenção, administração, entre outros, relativos ao modal, mesmos parâmetros utilizados para calcular a tarifa de R$ 5,28 referente ao VLT.
O Governo diz ainda, que para tentar confundir a opinião pública, as entidades incluíram o valor da aquisição dos veículos na tarifa do BRT, mas não incluíram o valor da aquisição dos vagões na tarifa do VLT, impossibilitando a comparação apresentada. “O Governo do Estado agiu com transparência, sempre apresentando as premissas técnicas utilizadas no processo de escolha do BRT. Por sua vez, as entidades não apresentam nenhuma metodologia utilizada para chegar aos custos do BRT em seu estudo de seis páginas. O sistema de BRT proposto pelo Governo do Estado segue todas as características definidas em manual técnico oficial publicado pelo Governo Federal”.
Ele afirmou ainda, que não procede à informação de que o tempo para execução das obras do BRT será superior ao VLT, visto que a distância, o número de terminais e estações são semelhantes. Além disso, a implantação do BRT não demanda tempo de obra para instalação de trilhos, da rede aérea de tração e das subestações de energia previstas para o VLT.
“Com o BRT, o Estado deixará de prosseguir com quase metade dos processos de desapropriações que eram previstos para o VLT. Visto que o BRT mantém o traçado do VLT, a Sinfra-MT solicitou a revalidação das Licenças Prévias e de Instalação já aprovadas para o VLT”.
O Estado diz ainda, que em nenhum momento o Governo informou sobre a existência de Projeto Básico ou Projeto Executivo do BRT. Ele ressaltou que o VLT também não tinha 100% dos projetos básico e executivo completos, conforme apontam os boletins de medição do empreendimento. A modalidade de RDCi foi a mesma usada para contratar as obras do VLT e tem toda a base legal para ser utilizada.
Por fim, o Governo do Estado afirmou a “Carta Manifesto” demonstra desconhecimento sobre o comportamento dos usuários do transporte público em Cuiabá e Várzea Grande.
“Uma análise do estudo sobre a origem e destino dos passageiros mostra que a operação de uma linha entre o aeroporto de Várzea Grande e o Porto de Cuiabá não atenderia a demanda da população, por acessar a região central da capital, o que forçaria os usuários a realizar mais uma integração”.
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