17 de Junho de 2025
17 de Junho de 2025

Editorias

icon-weather
17 de Junho de 2025
lupa
fechar
logo

Brasil Sábado, 08 de Fevereiro de 2020, 09:19 - A | A

Sábado, 08 de Fevereiro de 2020, 09h:19 - A | A

comparação à parasita

Fórum acusa Guedes de tentar destruir Estado Social ao propor demissão de servidores

Sarah Mendes/VG Notícias

Na noite dessa sexta-feira (07.02), o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), emitiu nota de repúdio às declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, que durante evento realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), comparou servidores públicos à parasitas.

A entidade, que representa mais de 200 mil funcionários públicos, afirmou que as declarações de Guedes “desrespeita de forma gratuita e desmedida os 12 milhões de servidores públicos brasileiros”. E, além disso, demonstra preconceito e desprezo ao funcionalismo, “deixando claro que seu intento é a destruição do Estado Social”.

O Fórum alega ainda que Guedes sequer tem conhecimento da máquina pública, considerando que, segundo eles, “a afirmação de que os servidores recebem reajustes anuais automáticos não condiz com a realidade”. Ainda, segundo o Fonacate, a maior parte dos servidores está com salários congelados há mais de dois anos.

Esse trecho é referente à declaração em que Guedes defende o fim do reajuste salarial automático. “O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação. Tem estabilidade de emprego, tem tudo… O hospedeiro [Governo] está morrendo, o cara [servidor] virou um parasita. O dinheiro não chega no povo e ele [servidor] quer aumento automático”, disse o ministro.

Leia matéria relacionada - Paulo Guedes diz que servidores públicos são “parasitas” do Governo

Ainda, segundo a entidade, o ministro “demoniza o servidor” na tentativa de conseguir apoio para aprovar uma reforma administrativa. Por isso, em razão dos ataques de Guedes ao funcionalismo público, o Fórum pede que o ministro se retrate publicamente.

Leia nota na íntegra
NOTA DE REPÚDIO

O Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado – FONACATE, que representa mais de 200 mil servidores públicos que desempenham atribuições imprescindíveis ao Estado brasileiro, ligadas às áreas de segurança pública, fiscalização e regulação do mercado, advocacia pública, fiscalização agrária, ministério público, diplomacia, legislativo, arrecadação e tributação, proteção ao trabalhador e à saúde pública, inteligência de Estado, formulação e implementação de políticas públicas, comércio exterior, prevenção e combate à corrupção, fiscalização agropecuária, segurança jurídica e desenvolvimento econômico-social vem a público repudiar veementemente as declarações do ministro da Economia que comparou servidores públicos a “parasitas”, ao defender a proposta de reforma administrativa do governo federal.

Em sua declaração, o ministro da Economia desrespeita de forma gratuita e desmedida os 12 milhões de servidores públicos brasileiros, que buscam dia após dia prestar serviços de qualidade à população. Demonstra, ademais, preconceito e desprezo ao funcionalismo, em todos os níveis da federação, deixando claro que seu intento é a destruição do Estado Social.

Além disso, o ministro demonstra total desconhecimento da máquina pública, pois a afirmação de que os servidores recebem reajustes anuais automáticos não condiz com a realidade. No serviço público, diferentemente da iniciativa privada, não há data-base, tendo o próprio STF encerrado a questão em setembro último. Em âmbito federal, a maior parte dos servidores está com salários congelados desde 2017 e, assim como a população em geral, sofre com os efeitos da atual crise, que é prolongada com adoção de medidas fiscais equivocadas, pois as políticas de austeridade abraçadas pela equipe econômica vêm retardando a retomada do desenvolvimento.

O desconhecimento do ministro - incompatível com o cargo que exerce, se evidencia quando ele defende a criação de mecanismos para a “demissão” de servidores. Ora, já há meios de desligar servidores estáveis, inclusive por inassiduidade e desídia, como demonstram os números da Controladoria-Geral da União. Vale dizer, nesse sentido, que a estabilidade é, na verdade, uma garantia para a sociedade, seja para dar continuidade às políticas públicas, seja para evitar que um novo governo traga seus apaniguados para a Administração Pública, como ocorria no conhecido instituto da “derrubada”.

Enquanto o ministro defende a redução do Estado, que terá impacto negativo principalmente para a população mais pobre, se esquiva de temas urgentes ao país, como a reforma tributária, que poderia ser empregada como um mecanismo de promoção de justiça social. Uma vez mais, a estratégia se repete e o governo, com a intenção de retirar direitos trabalhistas e sociais, que nesse caso inclui o acesso à saúde e à educação gratuita, demoniza o servidor numa clara tentativa de angariar apoio para a proposta de reforma administrativa.

Ante o exposto, exigimos imediata retratação pública do ministro Paulo Guedes, não obstante as medidas administrativas e judiciais a serem tomadas por este Fórum.

Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).   

 

Siga a página do VGNotícias no Facebook e fique atualizado sobre as notícias em primeira mão (CLIQUE AQUI).

RUA CARLOS CASTILHO, Nº 50 - SALA 01 - JD. IMPERADOR
CEP: 78125-760 - Várzea Grande / MT

(65) 3029-5760
(65) 99957-5760