O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) afastou cautelarmente quatro técnicos do seguro social suspeitos de envolvimento em fraudes no bloqueio de empréstimos consignados. A medida, publicada nesta segunda-feira (28.07), tem validade inicial de 60 dias, prorrogável se necessário.
O afastamento ocorre no contexto da Operação Sem Desconto, deflagrada em maio pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Polícia Federal (PF), que identificou prejuízos milionários aos cofres públicos e beneficiários do INSS.
A investigação apura um esquema em que servidores do INSS manipulavam o sistema interno de bloqueio de crédito consignado, permitindo que pessoas sem direito ao benefício recebessem valores indevidamente ou evitassem descontos legítimos em folha. O objetivo seria beneficiar terceiros — como correspondentes bancários e agentes financeiros — com prejuízo à administração pública.
Segundo a CGU, a fraude causou um prejuízo estimado de R$ 5,9 milhões. Parte desse valor já começou a ser devolvida aos cofres públicos por meio de acordos de devolução firmados durante o curso das apurações. O bloqueio irregular de consignados também gerou danos financeiros a aposentados e pensionistas, que passaram a ter que lidar com cobranças retroativas após a descoberta da fraude.
Foram afastados: G.B.S (lotado em Goiás); R.C.B.A (lotado no Distrito Federal); V.B.S (lotado em São Paulo) e J.F.S (lotado no Amazonas).
O processo administrativo disciplinar instaurado contra eles ainda está em andamento e foi avocado pela CGU.
A portaria do presidente do INSS, Gilberto Waller Junior, afirma que o afastamento visa preservar o interesse público e evitar prejuízos à administração, sem impacto na remuneração dos investigados. A medida também considera que o afastamento cautelar anterior já havia expirado e a investigação ainda não foi concluída.
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