Dr. Eli Ambrósio*
Durante os meses mais frios do ano, aumentam os casos de síndrome gripal, especialmente em idosos, grupo que apresenta maior vulnerabilidade a complicações respiratórias. Nessa faixa etária, sintomas gripais podem evoluir de forma rápida e silenciosa, aumentando o risco de pneumonia e de descompensação de doenças crônicas, como o enfisema pulmonar e a DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica).
A DPOC é um termo que engloba doenças pulmonares crónicas, como a bronquite crónica e o enfisema pulmonar. Essas doenças comprometem a passagem de ar pelos pulmões, levando a falta de ar, tosse crônica e maior risco de infecções respiratórias. O enfisema pulmonar, especificamente, ocorre quando há destruição dos alvéolos pulmonares, diminuindo a capacidade de troca de oxigênio no organismo.
A gripe, causada pelo vírus influenza, costuma se manifestar com febre, dor de cabeça, dores musculares e tosse. Em pessoas mais frágeis, no entanto, esses sintomas podem ser mais brandos ou até atípicos, mascarando a gravidade do quadro. A resposta imunológica do idoso tende a ser menos eficiente, o que favorece o surgimento de complicações.
Um dos principais riscos é a pneumonia, que pode surgir como uma infecção secundária após a gripe. Outro ponto de atenção é a descompensação de condições como a DPOC e o enfisema pulmonar. Nessas doenças, a função pulmonar já está comprometida, e uma infecção respiratória pode agravar rapidamente o quadro clínico.
Por isso, é essencial que os idosos busquem avaliação médica logo nos primeiros sinais de síndrome gripal. A orientação de um profissional de saúde permite identificar precocemente possíveis complicações, instituir o tratamento adequado e, quando necessário, encaminhar para exames complementares ou internação hospitalar.
A vacinação contra a gripe e a pneumonia também deve ser prioridade. As vacinas são fundamentais para reduzir a gravidade dos quadros e proteger a saúde do idoso. Também é importante ampliar o cartão de vacina para aquelas que não estão contempladas pelo Governo Federal, como pneumococo e vírus sincicial respiratório.
Ao menor sinal de febre, tosse ou dificuldade para respirar, procure um médico de família ou um serviço de saúde. O cuidado oportuno pode fazer toda a diferença para evitar complicações mais sérias e preservar a qualidade de vida dos nossos idosos.
*Dr. Eli Ambrósio do Nascimento (CRM/MT 5112 | RQE 2796) é médico de família e comunidade com foco na saúde do idoso e integra o quadro clínico do Centro Médico TGA, em Tangará da Serra (MT)
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