por Carlos Oliveira*
Desde tempos remotos, o ditado popular "não dê o peixe, ensine a pescar" tem sido utilizado como uma metáfora poderosa para enfatizar a importância da autonomia e do empoderamento individual. No entanto, o governador Mauro Mendes parece ter ignorado completamente esse princípio ao enviar e trabalhar para aprovar o projeto de lei Pesca Zero, que não só retira o peixe - o sustento dos pescadores - mas também falha em fornecer alternativas viáveis para que esses trabalhadores possam garantir sua própria subsistência.
Ao retirar o peixe - o sustento direto dos pescadores - Mendes parece esquecer-se de que a pesca é a fonte primária de renda para muitas famílias. Negligenciar essa realidade é desconsiderar as dificuldades e os desafios enfrentados por esses trabalhadores que dependem da pesca para sobreviver. O Estado deve ser um aliado na construção de alternativas sustentáveis, em vez de ser um obstáculo que limita suas oportunidades.
No entanto, mais do que simplesmente retirar o peixe, o projeto do governador também falha em ensinar a pescar. Ele carece de propostas concretas que estimulem o desenvolvimento de novas habilidades e a geração de renda alternativa para os pescadores. Não é suficiente tirar a fonte de sustento de uma comunidade, é preciso fornecer meios para que ela se adapte, se reinvente e encontre novas formas de garantir seu sustento.
A falta de um plano estratégico abrangente para promover a autonomia e o desenvolvimento dos pescadores demonstra uma visão limitada do governador Mauro Mendes em relação às necessidades reais desses trabalhadores. Em vez de construir um ambiente propício para que os pescadores possam prosperar, o projeto de lei aprovado apenas os coloca em uma situação de maior vulnerabilidade e incerteza.
É fundamental que o Estado assuma um papel ativo na promoção da sustentabilidade econômica das comunidades pesqueiras. Isso requer a implementação de políticas que incentivem a capacitação, o acesso a novas tecnologias, o fortalecimento da organização coletiva e a diversificação das atividades econômicas. Apenas assim será possível oferecer aos pescadores as ferramentas necessárias para enfrentar os desafios e construir um futuro digno.
*Carlos Oliveira é publicitário, jornalista e cientista político
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