por Edina Araújo*

O Supremo Tribunal Federal (STF) precisa decidir o mais rápido possível a situação dos cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE), afastados por suposta corrupção no âmbito do órgão fiscalizador. Ou decreta a perda da função pública deles ou manda eles voltarem ao trabalho, o que não dá é para a sociedade continuar arcando com os altos salários sem prestarem serviços à sociedade. Alguns, inclusive, ostentam uma vida boa nas redes sociais, enquanto milhares de mato-grossenses que ajudam a pagar a conta, passam fome.

José Carlos Novelli, Sérgio Ricardo de Almeida, Valter Albano da Silva, Waldir Júlio Teis e Antônio Joaquim Moraes Rodrigues Neto foram afastados da função de conselheiro em setembro de 2017, em decorrência da operação Malebolge, por conta da delação do ex-governador Silval Barbosa, que acusou os cinco de envolvimento com corrupção.

Enquanto os cinco conselheiros aguardam a decisão do SFT, continuam recebendo normalmente seus salários, benefícios trabalhistas e gratificações, o que é uma afronta à sociedade, principalmente aqueles trabalhadores que sobrevivem com salário mínimo e pagam a conta também. Para se ter uma ideia, o último salário de janeiro de 2019, cada conselheiro recebeu R$ 35.378,00 mil (bruto), sem ter trabalhado. Nestes anos que estão afastados, desde setembro de 2017, já somam quase R$ 3 milhões pagos sem nenhuma prestação de serviço.

O Ministério Público Federal poderia pedir mais celeridade na decisão do STF – pois essa demora em julgar é um desrespeito ao cidadão que a duras penas paga seus impostos e banca os “gordos” salários e as benesses destes agentes políticos - que até provem ao contrário não são pessoas que mereçam o respeito da sociedade, pois usaram mal o cargo público.

O ex-governador revelou um esquema de pagamento de propina aos cinco conselheiros do TCE. Segundo ele, os conselheiros Valter Albano, Antônio Joaquim, José Carlos Novelli, Waldir Júlio Teis e Sérgio Ricardo, teriam exigido propina para não prejudicarem o andamento das obras da Copa do Mundo, no Estado.

Barbosa disse ter pago R$ 53 milhões aos conselheiros. Com a revelação, em setembro de 2017, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, determinou o afastamento dos cinco, mas o salário deles continua sendo pago religiosamente em dia.

*Edina Araújo é jornalista e diretora do VG Notícias