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Artigos Quinta-feira, 20 de Outubro de 2022, 16:36 - A | A

Quinta-feira, 20 de Outubro de 2022, 16h:36 - A | A

Edina Araújo*

A lei do retorno: Não julgues para não seres julgado

 por Edina Araújo*

Para os pais não tem coisa mais sagrada do que seus filhos. Não importa se os filhos estão em um caminho correto ou não. Continuam sendo filhos. A dor de um pai e mãe, sejam eles pobres, negros, ricos ou de qualquer credo, não é diferente, não é menor ou maior da dor daqueles que se julgam acima do bem ou do mal.

Por isso, antes de levantar falso testemunho ou julgar um filho ou filha de alguém, como fez o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, sobre as meninas venezuelanas de 14 e 15 anos, é preciso, no mínimo, responsabilidade e bom-senso.

Além disso, antes de qualquer julgamento ou falso testemunho, é recomendável, primeiro, fazer uma autoanálise, olhar para sua família, dentro de seu lar, principalmente, neste caso que envolve meninas. A partir do momento que Bolsonaro se sentiu no direito de julgar e afirmar que as meninas venezuelanas estavam “bonitinhas no sábado pela manhã para ganhar a vida”, ele dá o direito de outras pessoas acreditarem que podem revidar no mesmo tom - e a filha de Bolsonaro, de 11 anos, não tem envolvimento no embate político, não tem aparição pública, não poderia ser atacada pelas insanidades de seu pai.

As declarações do presidente Bolsonaro devem ser resolvidas no âmbito da Justiça, por meio de uma investigação séria pelos órgãos competentes, para apurar se houve ou não prevaricação por parte do Chefe da Nação Brasileira. Ele não é qualquer pessoa, é uma autoridade e como tal tem que se comportar – pois, ao detectar que havia, segundo ele, algo errado, no mínimo, como autoridade, teria que mandar investigar e tomar as providências. No entanto, tudo indica, que não era este intuito de Bolsonaro - a não ser guardar para usar como arma contra o adversário. Veja o que disse Jair Bolsonaro.

"Parei a moto numa esquina, tirei o capacete e olhei umas menininhas bonitas, de 14, 15 anos, arrumadinhas, no sábado, numa comunidade, e vi que eram parecidas. Pintou um clima, voltei, 'posso entrar na sua casa?', entrei. Tinha umas 15, 20 meninas sábado de manhã se arrumando. Todas venezuelanas. Aí eu te pergunto, menina bonitinha se arrumando sábado de manhã para quê? Para ganhar a vida. É isso que você quer para a sua filha?", afirmou.

Para finalizar, convido os pais a refletirem sobre algumas frases de “efeito” “chavões” antes de desferi-las, pensar um pouco que atrás de todo “bandido bom é bandido morto”, “todo bandido deve morrer” “já foi tarde”, tem um pai e uma mãe, tem uma família. E que a dor desta família não é menor do que a dor de qualquer outra pessoa, sejam elas ricas, pobres, negras ou de qualquer credo religioso, ou ainda, que tenham filhos perfeitos. Pense nisso!

*Edina Araújo - jornalista e diretora do VG Notícias

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