O cinema brasileiro brilhou neste domingo (18.05) no prestigiado Festival de Cannes. O longa-metragem O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, foi exibido em sessão de gala, dentro da competição oficial da 78ª edição do festival, e arrancou aplausos calorosos e contínuos por oito minutos. A recepção entusiasmada incluiu membros do júri, que decidirão quem levará a cobiçada Palma de Ouro.
Ambientado no Recife de 1977, durante os anos sombrios da ditadura militar, o filme constrói sua narrativa sem mencionar diretamente o regime, mas mergulha o espectador em uma atmosfera densa, marcada pela paranoia, opressão e violência. Trata-se de um thriller político que escapa dos clichês e aposta na tensão crescente, carregado de significados subjetivos e elementos oníricos.
Inspirado nas memórias do próprio cineasta — que tinha apenas nove anos na época em que se passa a trama — O Agente Secreto mistura realidade, lembrança e pesadelo, numa linguagem cinematográfica potente, já característica da obra de Mendonça Filho. O diretor, aclamado por títulos como Aquarius e Bacurau, retorna a Cannes com uma produção que reafirma seu olhar crítico e autoral.
O filme agora se posiciona como forte candidato à Palma de Ouro, honraria máxima do festival e um dos prêmios mais cobiçados do cinema mundial. Para a produção brasileira, já é uma vitória a recepção calorosa do público e da crítica, num momento em que o cinema nacional volta a ocupar um espaço de destaque nas telas internacionais.
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