Mobilizados há mais de um mês, bolsonaristas aproveitam publicações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro para desabafar sobre as condições do acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília. Na tarde de domingo (4/12), os manifestantes pediram uma declaração do mandatário, disseram que aguardam “apenas uma ordem” do chefe do Executivo e relataram que alguns estão doentes.
Um manifestante chegou a falar que estava com leptospirose, com indicação para internação, mas que não abandonaria o posto.
“Eu peguei um pouco de chuva pelo senhor (Bolsonaro), minha garganta começou a doer e tive febre. Fui ao hospital e me deram antibióticos, mas eu segui firme acampando pela sua volta. Passei um pouco mal e falaram que era leptospirose, quiseram me internar. Não! Estou fraco, mas na fila!”, declarou.
Outro jovem relatou que está acampado há 28 dias. “Já perdi 20 kg, sigo bebendo minha própria urina para conseguir repor todos os nutrientes, fui demitido da firma, minha esposa foi embora para o Maranhão com nossos filhos. Dê a ordem, capitão! Apenas dê a ordem, por favor”, afirmou, sem detalhar que ordem seria essa.
Ainda por meio das redes sociais, outro apoiador relatou que teve até mesmo um boneco inflável roubado.
“Mito, minha esposa pediu divórcio, meus filhos me odeiam, fui expulso da família, meu pai me fez mudar de nome, perdi o emprego, quase morri afogado na chuva hoje, e roubaram o boneco inflável seu que eu trouxe para o acampamento. Me chamam de ‘patriotário’, mas eu confio no mito!”, disse.
Terapia
Conforme a coluna noticiou, o acampamento instalado em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília conta com estrutura completa, incluindo banheiros químicos, tendas para orações, teatro de fantoches e até ponto de apoio psicológico para os “patriotas”.
Os manifestantes protestam contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para presidente da República.
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