A cantora Preta Gil morreu na noite desse domingo (20.07) aos 50 anos, em Nova York, onde realizava tratamento experimental contra câncer colorretal. O governo do Rio de Janeiro decretou luto oficial de três dias. A família confirmou que o velório ocorrerá no Rio de Janeiro e o sepultamento em Salvador.
A artista passou mal durante o trajeto para o aeroporto em uma ambulância, sendo levada de volta ao hospital, onde não resistiu. Preta havia expressado o desejo de retornar ao Brasil e estava programada para viajar em uma UTI aérea no mesmo dia de sua morte.
O Consulado-Geral do Brasil em Nova York acompanha os procedimentos de repatriação, que envolvem certificados de óbito e embalsamamento emitidos nos Estados Unidos, além de autorizações sanitárias necessárias para o traslado.
Preta descobriu o adenocarcinoma na porção final do intestino em janeiro de 2023, após ser internada na Clínica São Vicente, no Rio, devido a desconfortos intestinais. Após tratamentos iniciais no Brasil, incluindo quimioterapia, radioterapia e cirurgia, ela havia anunciado remissão em dezembro de 2023.
Em 2024, novos tumores foram detectados em quatro locais do corpo, levando-a a buscar tratamentos experimentais nos Estados Unidos a partir de maio de 2025. O protocolo experimental no Virginia Cancer Institute utilizava terapia-alvo com medicamentos como bevacizumabe e fluoruracila, mas não conseguiu conter o avanço da doença.
Durante toda sua luta, Preta transformou seu tratamento em uma plataforma de conscientização sobre o câncer colorretal. Em suas últimas postagens, ela escrevia: "Conforme me fortaleço física e espiritualmente, recebo tanto amor. Vocês me curam", mantendo seus seguidores informados sobre cada etapa do tratamento.
Legado artístico e social
Filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha, Preta Maria Gadelha Gil Moreira nasceu em 8 de agosto de 1974 no Rio de Janeiro e cresceu cercada pela música, sendo afilhada de Gal Costa. Sua carreira incluiu sucessos como "Sinais de Fogo" e álbuns marcantes como "Sou Como Sou" (2012) e "Todas as Cores" (2017).
Seu bloco carnavalesco "Bloco da Preta" arrastou milhões pelas ruas do Rio e deu visibilidade a corpos e vozes historicamente silenciados, tornando-se símbolo de diversidade e inclusão no carnaval carioca.
Reações e homenagens
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou para Gilberto Gil oferecendo condolências e classificou Preta como "talentosa e batalhadora". Artistas como Ivete Sangalo, Ludmilla, Carolina Dieckmann e Taís Araújo prestaram homenagens nas redes sociais.
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