No Brasil há dois registros de bebês que nasceram com anticorpos contra a Covid-19, em casos opostos. Um após a mãe ser vacinada contra a Covid-19 e outro depois que a mãe foi infectada pelo vírus.
Os registros de casos ocorreram em Santa Catarina e no Acre. O primeiro caso foi constatado em 9 de abril na cidade de Tubarão (SC). A mãe, por ser médica, grupo prioritário para imunização, recebeu a vacina da Covid-19. Durante a gravidez, Talita Menegali Izidoro, de 33 anos, recebeu as duas doses da vacina CoronaVac.
A mãe tomou o imunizante na 34ª semana da gravidez. Talita não teve nenhuma reação à vacina. Após 40 dias de ter nascido, os exames regulares do menino Enrico foi detectado que a criança obteve 22% de anticorpos.
“O valor padrão que se coloca para considerar se é reagente ou não é acima de 20%, mas não faz muita diferença, pois essa quantidade já dá a ele uma imunidade evitando pelo menos um agravamento da doença”, explicou o secretário da Saúde de Tubarão, Daisson Trevisol, em entrevista à Folha de S. Paulo.
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Na cidade de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, com oito meses de gestação a mãe, Joicilene de Souza Ramirez, 35, fez um exame que apontou negativo para o coronavírus, mas após o nascimento da filha um novo teste detectou a presença de anticopos, que sinaliza que a mãe pegou a Covid ainda na gravidez.
A recomendação médica foi para que os exames também fosse feitos na recém-nascida e daí veio a surpresa, a imunidade para a Covid no bebê.
“Ficamos muito emocionados de saber que a neném já tem, é até uma forma de alívio e esperança para as mães grávidas que, caso contraiam o vírus, possam passar os anticorpos para o bebê”, conta o pai, em uma entrevista para TV local.
Nos Estados Unidos, um estudo publicado em janeiro na revista American Journal of Obstetrics and Gynecology aponta que vacinação de grávidas pode gerar uma proteção aos recém-nascidos. Para isso, é preciso atingir ao nível de imunoglobulina G (IgG).