Quatro pessoas, sendo três homens, Bruno Paulo de Souza, 45, Nelvo Junkerfeurbom, 49 e Lincolin Ferreira da Silva, 57, e uma mulher, Jacilda da Conceição Silva, 35 anos, acusaram quatro policiais militares, identificados pelas iniciais W.R.P., 31 anos, O. de M. J., F.L.B. da Silva e J.C.G.N., de truculência, xingamentos, entre outros. O fato ocorreu no último sábado (24.06), em uma área devoluta (terras públicas sem destinação pelo Poder Público. Conceito de terra devolvida), na zona rural do município de Nossa Senhora do Livramento (a 37 km de Cuiabá).
Conforme ocorrência, as vítimas relataram que foram agredidas por policiais militares do grupo da Rotam, após eles (militares) invadirem a área onde as famílias residem. Segundo informações, os policiais chegaram na companhia de um homem identificado pelas iniciais A.C.T., 61 anos, que se dizia ser dono da Fazenda Estância Rafael I, e que área onde os assentados estavam, seria de sua propriedade, no entanto, conforme a ocorrência, o homem não teria documentos para comprovar tal fato.
Ainda, conforme a ocorrência, as vítimas disseram que os militares chegaram e mandaram todos se ajoelharem e colocarem as mãos na cabeça, além de serem chamadas de "vagabundos, petistas, lulistas grileiros, entre outros xingamentos".
As vítimas declararam que já estão há alguns meses no local, e aguardam regularização do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), pois, as terras são devolutas (terras públicas sem destinação pelo Poder Público. Conceito de terra devolvida).
De acordo com o depoimento de Lincoln, ele mora no local há quatro meses, e disse que durante esse período, nunca foi abordado por ninguém que requeresse a propriedade como dono, sendo que nesse sábado (24), foi surpreendido por policiais da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) e um que se dizia dono da fazenda.
Segundo Lincoln, os policiais foram muito agressivos e violentos verbalmente, além de humilhados, ele e outros assentados foram colocados no camburão e na delegacia em uma cela até que aguardavam os procedimentos.
Já a vítima Bruno, relatou que está no local há sete meses - e nunca foi procurado por ninguém, e que também foi surpreendido nesse sábado (24), por militares, que, segundo ele, demostravam truculência, xingamentos, humilhações e além de efetuarem disparos de arma de fogo em direção a barracas e animais de moradores da comunidade. Bruno também foi encaminhado à delegacia e precisou aguardar os procedimentos dentro de uma cela.
Outro lado - O entrou em contato com a assessoria da Polícia Militar, e foi informado que todo caso de suposta violência policial é instaurado um inquérito para investigar o caso. Conforme ocorrência registrada pela Polícia Militar, a equipe da Força Tática 90, foi acionada para atender uma ocorrência de invasão de propriedade na Fazenda São Rafael do Burutizinho.
Os militares teriam acompanhado A.C.T. e seu advogado até o local, onde encontraram, segundo ocorrência, os suspeitos dentro de um barracão, sendo que durante a abordagem, nada ilícito foi encontrado de posse dos suspeitos, apenas ferramentas como foice, facão e enxada.
Indagados, os suspeitos disseram que estava na propriedade, pois haviam sido contratados por uma pessoa (advogado) que disse que seria o dono das terras, e que o contato deles seriam sempre por telefone.
Diante da situação, os suspeitos, quatro pessoas com idades de 35 a 57 anos, foram conduzidos à delegacia.
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