A Polícia Civil de Mato Grosso e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) cumpriram nesta quinta-feira (02.10) mandado de busca e apreensão contra um morador de Várzea Grande, suspeito de integrar grupos extremistas com orientação neonazista em aplicativos de mensagens. A ação faz parte da Operação Encômio, que também determinou acesso a dados telemáticos do investigado, autorizado pela 2ª Vara Criminal de Várzea Grande.
A investigação é conduzida pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI) e pela Gerência de Inteligência Cibernética da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil. Segundo a apuração, o suspeito compartilhava conteúdos de apologia ao nazismo, conduta tipificada no artigo 20 da Lei n.º 7.716/1989.
As diligências começaram após a Abin repassar informações sobre atividades criminosas relacionadas ao tema em Mato Grosso. A partir disso, a Polícia Civil identificou o investigado, confirmou endereço e reuniu provas que reforçam sua ligação a grupos extremistas.
O delegado titular da DRCI, Guilherme Berto Nascimento Fachinelli, afirmou que a operação mostra a relevância da cooperação institucional no combate a crimes de ódio. “A atuação da DRCI, com apoio da Diretoria de Inteligência, reforça o compromisso da Polícia Civil de Mato Grosso no enfrentamento a práticas criminosas que atentam contra a democracia e a ordem pública”, destacou.
O superintendente da Abin em Mato Grosso, Felipe Midon, alertou para o risco da radicalização. “Além de recrutarem outros indivíduos para agirem em nome da ideologia que defendem, nesse caso o neonazismo, reconstroem sua identidade social até demonstrar disposição para agir violentamente em nome dessa ideologia", disse. Ele acrescentou que o trabalho de inteligência só é possível de forma conjunta. “Em situações como essa, a Abin, a PJC/MT e outros órgãos parceiros atuam preventiva e conjuntamente, para impedir a mobilização para o ato violento e a ameaça à sociedade.”
A operação recebeu o nome de Encômio, termo que significa discurso de elogio, em referência ao fato de o investigado enaltecer o nazismo nos meios digitais.
A Polícia Civil reforçou que a divulgação de símbolos e mensagens de exaltação ao nazismo constitui crime e orientou que denúncias anônimas sejam feitas pelo telefone 197.
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