Após mais de 20 anos do crime, o mecânico acusado de assassinar o professor universitário Dario Luiz Scherner, de 45 anos, e o filho dele, Pedro César Scherner, de 17, deve ir a júri popular no próximo dia 30, em Cuiabá. O julgamento está marcado para começar às 8h, no Tribunal do Júri, no Fórum da capital. O crime ocorreu em 1991, dentro de uma oficina mecânica, localizada na Avenida Tenente Coronel Duarte, na capital, após desentendimento por conta da cobrança de um serviço de mecânica. O caso ganhou repercussão nacional e ficou conhecido como o "Crime da Casa de Suspensão".
O réu está preso desde 2008, 17 anos após o crime. Hoje, ele aguarda julgamento na Penitenciária Central do Estado, antigo presídio do Pascoal Ramos, em Cuiabá. Foragido desde a morte das vítimas, o acusado foi preso em Osasco (SP) durante uma operação coordenada pela Polícia Civil de Mato Grosso. No interior de São Paulo, teria quebrado todos os vínculos com a vida passada e usava identidade falsa. Além de 'mudar de nom', ele também teria trocado de profissão e montado uma fábrica de roupas. Também se casou com outra mulher.
Na denúncia, o Ministério Público Estadual (MPE) apontou que o acusado efetuou os disparos depois que Pedro, filho mais novo da família Scherner, foi à oficina para fazer a manutenção no veículo. Segundo Giovana Scherner, filha de Dario, o valor do serviço já havia sido estabelecido por telefone, mas quando Pedro chegou à oficina o suspeito havia dobrado o valor do orçamento.
A vítima então alegou não ter a quantia que o dono da oficina estava cobrando e disse que iria desistir do conserto, porém, o suspeito obrigou a vítima a fazer o serviço. Por causa disso, Pedro entrou em contato com o pai, que foi até o local para tentar resolver a situação. Durante uma discussão, o acusado sacou a arma e disparou dois tiros em Dario. Ao tentar defender o pai, Pedro também foi atingido por dois disparos. Giovana contou que várias pessoas viram o acusado saindo do local com a arma na mão. Em seguida, fugiu de carro.
O crime ganhou repercussão nacional ao passar no programa “Linha Direta”, da Rede Globo. A reportagem mostra detalhes da vida da família momentos antes do crime. Eles se preparavam para viajar de férias na madrugada do dia seguinte quando ocorreu a tragédia. Pedro havia ido até a oficina para trocar o escapamento do carro. Mesmo feridas, as vítimas ainda se arrastaram até o lado de fora do estabelecimento.
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