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Polícia Quinta-feira, 24 de Outubro de 2013, 13:00 - A | A

Quinta-feira, 24 de Outubro de 2013, 13h:00 - A | A

Julgamento

João Arcanjo está sendo julgado hoje (24) pelo assassinato do empresário Sávio Brandão

Redação VG Notícias com TJMT

Começou por volta das 09h30 desta quinta-feira (24.10) o julgamento o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, acusado do assassinato do empresário Sávio Brandão, ocorrido em setembro de 2002, em frente ao local em que estava sendo construída a sede do Jornal Folha do Estado, em Cuiabá.

No início do julgamento, o advogado de defesa de Arcanjo, Zaid Arbid entrou com dois pedidos de nulidade do julgamento. O primeiro por cerceamento de defesa e o segundo questionando a extradição de Arcanjo do Uruguai, onde foi preso.

O juiz Marcos Faleiros, presidente do Tribunal do Júri, não acolheu os pedidos da defesa para nulidade. O magistrado considerou que os questionamentos levantados pelo advogado podem ser apreciados em recurso de apelação, caso o réu seja condenado.

Foram escolhidos, por sorteio, os sete jurados para compor o Tribunal do Júri, seis mulheres e um homem, um dos sorteados teve que ser substituído por apresentar problemas de saúde e não ter condições de permanecer nos dois dias de julgamento.

O advogado de Arcanjo pediu a exclusão dos informantes arrolados pelo Ministério Público Estadual (MPE), o senador Pedro Taques, que na época da morte de Sávio Brandão era procurador da república e do delegado Luciano Inácio, responsável pela investigação do assassinato. O juiz negou o pedido da defesa e advertiu as partes e informantes sobre a importância de se aterem aos fatos da morte de Sávio Brandão.

Durante depoimento, o delegado narrou os fatos desde a morte do sargento Jesus, assassinado por Hércules Agostinho e Célio Alves, ex-policiais militares que atuavam como braço armado de João Arcanjo, até o assassinato de Sávio Brandão.

De acordo com Luciano, o fato dos assassinos não conhecerem as vítimas levou a polícia a suspeitar do mandante do crime. O delegado também citou o bilhete escrito a mão, de Célio Alves para João Leite, cobrando valores e um recibo de R$ 38 mil, sem citar quem recebeu ou pagou. Célio estava preso.

Quanto à gravação da empresária Karine Roder acusando o filho de um desembargador como mandante do assassinato, o delegado classificou como mais uma "fofoca".

O promotor João Augusto Gadelha perguntou ao delegado Luciano Inácio sobre as várias suspeitas e denúncias feitas durante a investigação da morte de Sávio Brandão. O delegado respondeu cada um dos questionamentos, explicando que durante os trabalhos de investigação é importante manter a linha de raciocínio e checar o que realmente vale à pena. Apontou ainda, que nenhuma denúncia era robusta o bastante que merecesse crédito.

O advogado Zaid frisou que o delegado era o melhor do Estado e demorou 9 meses e 2 dias para concluir o inquérito, após a matéria publicada contra Arcanjo no Fantástico, da Rede Globo. Destacou que o delegado é conhecido pela velocidade com a qual conclui os inquéritos. Finalizou perguntando se a demora para concluir o caso do Sávio teve relação com a vontade de acusar Arcanjo. Luciano defendeu que nunca usou matéria da Globo no inquérito e que a demora deve-se ao zelo que teve para concluir o mesmo.

Zaid questiona por que o delegado não investigou a denúncia de que Sávio Brandão foi ameaçado, 13 dias antes de ser assassinado, após o jornal Folha de o Estado ter publicado uma matéria referente a empresas fantasmas para importação e exportação de madeira. Delegado afirma que não viu relação de ameaça de madeireira com a morte de Sávio Brandão.

O advogado questiona se o delegado investigou a denúncia de que Izabella, viúva de Sávio, poderia ter envolvimento com o assassinato do empresário. Luciano disse que não teve conhecimento dessa denúncia.

Em um momento do julgamento, os ânimos se exaltam. Assistente de acusação Clovis Sahione e o advogado de defesa Zaid Arbid batem boca. Após o episodio, o depoimento do delegado Luciano Inácio da Silva e encerrado.

As 11h37- O juiz Marcos Faleiros interrompe o julgamento por cinco minutos para um breve intervalo.

11h51 - Julgamento de João Arcanjo é retomado. O senador Pedro Taques começa a dar o seu depoimento. Taques diz que em 2001, quando atuava como procurador da República do Estado, recebeu um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que apontava Arcanjo como chefe de uma organização criminosa em Mato Grosso.

Taques afirma que Sávio Brandão foi o último que foi morto em uma série de assassinatos que ocorreram em Cuiabá em 2002. O senador ressaltou que não investigou a morte do empresário, mas que como procurador da República, trocava informações com o Ministério Público Estadual sobre crimes ocorridos em Cuiabá.

O senador relatou que o Cabo Hércules incriminou Arcanjo, e que a proposta inicial era matar Sávio no Rio de Janeiro, mas que Hércules não teria aceitado e que, por isso, o crime ocorreu em Cuiabá.

As 12h38 - O juiz Marcos Faleiros suspendeu o julgamento por meia hora para almoço.

13h33 - Começa depoimento da irmã de Sávio Brandão, Luiza Marília de Barros Lima. Ela conta que tomou conhecimento da autoria do homicídio por meio do delegado Luciano Inácio, que na época conduzia as investigações. Por ser irmã da vítima, está depondo como informante.

13h54 - O advogado Zaid Arbid está questionando a irmã de Sávio Brandão, Luiza Marília de Barros Lima, sobre supostas ameaças feitas pelo réu à vítima. O advogado lembrou que uma funcionária da empresa de Sávio Brandão, Estela Maris Toledo Rosa, em depoimento na Delegacia de Homicídios, à época do crime, negou que Sávio Brandão recebesse ameaças de Arcanjo. O advogado ainda perguntou se Sávio Brandão tinha outros inimigos, o que foi negado por Luiza.

14h04 - Ex-funcionária da Folha do Estado, Maria Luiza Clarentino de Souza conta que logo após o assassinato do empresário, jornalistas da Folha do Estado recebiam muitas denúncias anônimas. Entre elas a de um homem que alegou se chamar Antônio e que contou que a morte de Sávio Brandão teria sido praticada a mando de um madeireiro do Norte de Mato Grosso, chamado Osmar, que teria se irritado com reportagem publicada pelo jornal sobre extração ilegal de madeira na região. A reportagem foi reproduzida da Revista Veja em 17 de setembro de 2002, 13 dias antes do crime.

14h22 - Juiz determina novo recesso antes de passar a ouvir Arcanjo.

As 15h58 - Arcanjo, antes de iniciar o depoimento, pede a palavra e diz que quer colaborar com a Justiça. Ele disse que é inocente e que tem sofrido muito com a acusação. O ex-bicheiro nega qualquer envolvimento com a morte de Sávio Brandão.

Arcanjo admitiu perante o juiz o envolvimento no jogo do bicho e com cassinos, mas nega ter explorado máquinas de caça-níqueis, assim como qualquer crime de morte. “Não tenho as mãos sujas de sangue”, afirmou, acrescentando que não é santo, mas não tem crimes de homicídio na vida dele.

O ex-bicheiro lamentou a morte do jovem empresário, mas reafirmou que não teve participação. Sobre o depoimento de Hércules Agostinho, que o apontou como mandante, Arcanjo alegou que o ex-cabo da Polícia Militar já afirmou ter sido induzido pelo ex-secretário de Segurança, Célio Wilson, e o ex-procurador da República, hoje senador, Pedro Taques, a fazer tais afirmações.

Ao ser questionado sobre o motivo de uma suposta perseguição à sua pessoa, João Arcanjo alegou “inveja”. “Sou uma pessoa de origem humilde, ex-policial, garimpeiro e bicheiro que deu certo. As pessoas não aceitam”, observou. Dessa forma terminou o interrogatório do réu.

As 16h10 - O promotor João Gadelha começou a sua sustentação oral descartando a afirmação de João Arcanjo Ribeiro de que haveria uma perseguição à sua pessoa por inveja. O promotor lembrou que as investigações não começaram em Mato Grosso, por algum possível desafeto do réu, mas sim em Brasília, pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), ligada ao Poder Executivo.

O promotor destacou que o relatório da Abin foi enviado ao Ministério Público Federal (MPF) e que dele resultou a operação “Arca de Noé”. O relatório ficou conhecido da sociedade após publicação da investigação da Abin no Jornal “O Globo”, em 3 de maio de 2001. A notícia foi reproduzida apenas pela Folha do Estado, jornal do qual Sávio Brandão era o proprietário.

Atulizada as 16h55 - o promotor citou a delação do ex-cabo da PM Hércules Agostinho e afirmou que outras provas convergem para colocar Arcanjo como mandante do assassinato do empresário Sávio Brandão.

O promotor desenhou durante a sustentação oral uma pirâmide mostrando que Arcanjo estava no ápice e que a base era formada pelas pessoas contratadas para cometerem os crimes.

João Gadelha explicou, de forma didática, todos os crimes ocorridos na Grande Cuiabá e que tinham relação com a organização criminosa comandada por João Arcanjo, tendo como início o atentado contra o delegado Gil, em novembro de 1997, e terminando com o assassinato de Sávio Brandão, em setembro de 2002.

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