O delegado Christian Cabral, da Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito (Deletran), que apura a morte do verdureiro Francisco Lucio Maia, 48 anos, revelou ao oticias que imagens de câmeras de segurança flagraram o atropelamento e que serão analisadas por técnicos, para saber a dinâmica da conduta da médica Letícia Bortolini – acusada de atropelar e matar o verdureiro, no último sábado (14.04).
Segundo ele, investigadores já conseguiram imagens de câmera de segurança de estabelecimento comercial que flagrou o atropelamento. “Essas imagens serão relevantes porque não mostraram apenas a dinâmica do acidente, mas o comportamento do condutor após o acidente. Se ele se preocupou em frear, ver o que aconteceu, se continuou na mesma velocidade. Também, se o condutor estava dirigindo o carro na velocidade apropriada pela via”, revelou o delegado ao oticias.
Sobre as investigações, Christian explicou que uma linha apurou que o senhor Francisco, no dia do atropelamento, tentou atravessar a avenida Miguel Sutil fora da faixa de pedestre.
“Nas investigações, descobrimos uma pequena parcela de culpa da vítima. Ele fazia a travessia na avenida em local inapropriado. O senhor Francisco tentou atravessar próximo a faixa de pedestres, mas não era no local apropriado, e ainda, atravessava com um carrinho que dificultava e tornava mais morosa a conclusão da travessia”, declarou.
Cabral frisou que a polícia está investigando a hipótese de que na hora do acidente poderia estar sendo conduzido por Aritony de Alencar Menezes (esposo de Letícia Bortolini) e não pela médica.
“Quando ele foi para delegacia junto com a esposa no dia dos fatos, conduzidos pela polícia, o Aritony saiu de lá furtivamente. Então, nesse momento se levou uma dúvida porque furtivamente da delegacia antes de prestar os esclarecimentos. Oficialmente, nós temos de quem estava conduzindo o carro é a Letícia, mas investigamos essa possibilidade”.
Sobre Letícia Bortolini, o delegado explicou que a médica, no dia do interrogatório na Deletran, manteve em silêncio e se recusou por duas vezes em fazer o teste de bafômetro e exames de alcoolemia.
“Ela estava visivelmente embriagada no dia do atropelamento, mas ela se recusou em fazer os testes. As investigações continuam. Iremos analisar todos os fatos, inclusive do marido da Letícia para saber se Aritony de Alencar realmente estava dormindo, como ele contou em seu depoimento. Caso ele estivesse acordado, podemos autuá-lo pelo crime de omissão de socorro”,explicou.
Depoimentos - Segundo o delegado Christian Cabral, prestaram depoimento nessa terça-feira (17.04) a filha de Francisco, Francenilda Lúcio da Silva e o médico Aritony de Alencar (esposo de Letícia).
Conforme ele, Francenilda Lúcio não trouxe nada de relevante às investigações. Em relação ao depoimento do esposo de Letícia, Cabral afirmou que ele foi extremamente evasivo, “não viu nada, não sabe de nada, e desconhece tudo”.
“Ele disse que estava em um evento há cinco horas antes do acidente. Afirmou ter ingerido apenas três chops, apesar do evento ser open bar, e não sabe dizer se a esposa (Letícia), dizendo não ter ficado tempo todo ao lado dela. Ele disse que não precisou se esposa aparentava estar sob efeito de álcool. E quando perguntado sobre o que ele (Aritony) poderia esclarecer sobre o acidente, o mesmo disse que não viu e nem sabia o que tinha acontecido. Disse ter entrado no carro pegado no sono e que só foi acordar quando chegou no Jardim Itália no destino final dele”, relatou o delegado.
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