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Polícia Quinta-feira, 07 de Outubro de 2021, 14:34 - A | A

Quinta-feira, 07 de Outubro de 2021, 14h:34 - A | A

Operação Resarcire

Casa de luxo em Cuiabá e outros bens bloqueados devem ressarcir vítimas de estelionatários da OLX

Segundo o delegado, a casa em um condomínio de luxo em Cuiabá avaliada em R$ 500 mil pertencia ao casal de líderes

Adriana Assunção & Kleyton Agostinho/VGN

VGN

COLETIVA DHPP

Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO)

 

 

Vida de luxo em cima de golpes dados em plataformas de venda, assim viviam integrantes de uma quadrilha desarticulada na "Operação Resarcire", deflagrada nesta quinta (07.10) pela Polícia Civil. Dos 13 integrantes, 12 foram presos e um está foragido.

Conforme o delegado titular da GCCO, Vitor Hugo Bruzulato Teixeira, com a desarticulação da quadrilha será possível ressarcir as vítimas do estelionato praticado em Mato Grosso, São Paulo e Santa Catarina. Os golpes também foram registrados no Paraná, Mato Grosso do Sul e em Rondônia.

“Em um período de três meses de investigação identificamos diversas vítimas e um prejuízo causado aproximado de R$ 400 mil. O objetivo é que com as medidas cautelares conseguidas: sequestros de bens, indisponibilidade de imóvel no valor de meio milhão aqui em Cuiabá e também o bloqueio de contas – possamos fazer o ressarcimento dessas vítimas”, declarou o delegado.

A operação ainda apreendeu 12 chips de celular, seis veículos, R$ 2 mil, pistola calibre 380 com seis munições, máquina de cartão, seis veículos, inclusive um motorhome novo bem equipado. Foram expedidas 28 ordens judiciais, sendo, cinco prisões preventivas e oito prisões temporárias - sendo que 10 pessoas foram presas em Mato Grosso, uma em Santa Catarina e uma no interior de São Paulo.

“A Décima Terceira está empenhada em localizar um foragido, são 15 mandados de busca, sequestro de veículos bloqueios de contas bancárias e indisponibilidade de bens e imóveis, a exemplo de uma casa em um condomínio fechado”, destacou.

Segundo o delegado, a casa em um condomínio de luxo em Cuiabá - avaliada em R$ 500 mil, pertencia ao casal de líderes, inclusive em nome da esposa. A casa deve ser leiloada para ressarcir as vítimas, após o processo, que busca comprovar que a acusada não tinha capacidade financeira para adquirir o imóvel: “Está aí um tipo clássico de lavagem de dinheiro.”

Os investigados vão responder pelo crime de organização criminosa, estelionato e lavagem de dinheiro. A estrutura da organização aponta cinco líderes e oito correntistas. Eles tinham funções individualizadas, sendo o primeiro responsável pelo contato com as vítimas e os outros quatro davam suporte.

"Os quatro davam suporte no seguinte sentido, esses quatro cidadãos conseguiam as contas bancárias, os principais líderes iam até a agência bancária acompanhada dos correntistas para fiscalizar o saque, a esposa dava todo suporte na aquisição de chip”, relatou o delegado.

Segundo o delegado, a operação começou com a apreensão do aparelho celular do líder em 2019, o acusado estava preso no CRC por tráfico internacional de drogas.

“O líder do Estado de Mato Grosso e o líder do Balneário Camboriú, estavam presos juntos aqui no CRC, então, esse líder do Balneário Camboriú é muito conhecido aqui da Polícia Civil de Mato Grosso, conhecido por roubos de cargas, inclusive a CPI do Roubos de Cargas ouviu ele na época, ele é bem conhecido no Estado”, relatou.

Como acontecia o crime, segundo o delegado, o líder e um comparsa – responsável pela clonagem dos anúncios - escolhia um Estado e identificam anúncios que tinham finalidade de vender, sendo que o golpe consistia na clonagem dos anúncios.

“Eles tinham preferência por veículos de determinada marca ou motocicleta. Eles escolhiam o Estado, colocavam o DDD, colocavam aquele anúncio e iniciavam a aplicação do golpe. Entravam em contato com o vendedor do veículo, começavam a negociar a ponto de ganhar confiança e praticamente fechar o negócio. Só que isso tudo, via celular. A grande sacada era quando a vítima retirava esse anúncio do ar acreditando que realmente o negócio estava feito. O bem estava vendido, com isso, ele pegava todas as informações desse anúncio e clonava em outro anúncio, com dados do telefone dele. Esse anúncio clonado tinha um atrativo: o preço desvalorizado, com isso, a segunda vítima entrava em contato, um carro que valia R$ 70 mil e estava sendo vendido por R$ 65 a R$ 60”, relatou.

Leia mais: Polícia prende em MT membros de quadrilha que aplicava golpes e clonava anúncios em sites de venda

Segundo o delegado, no momento de vistoriar o bem (veículo ou motocicleta) a organização criminosa conseguia reunir as duas vítimas, tanto o verdadeiro dono do bem - responsável pelo primeiro anúncio – como o comprador que interessou pelo anúncio clonado, sem levantar suspeitas.

Várias formas de enganar eles utilizavam, por exemplo, falava a vítima 1 (no caso quem colocou o anúncio) que a vítima 2 (comprador) estava devendo para ele (estelionatário), falava: não trata de negócio com ela

“Muitas vezes essas vítimas queriam ver o veículo, aí ele entrava em contato novamente com a primeira vítima do anúncio falando que ele gostaria de ver esse carro. Ele fazia com que as vítimas se encontrassem de uma forma com que ele conseguia ludibriar essas vítimas. As vítimas não conversavam sobre valor, sobre meios de pagamento e como depositar. Ele era muito ardiloso e, então as vítimas não conversavam, muitas vezes chegavam de ir ao cartório transferir o veículo e falar assim: e agora vou receber? Ai a vítima fala assim, não eu já paguei. Quando via o depósito era numa conta de terceiro".

Ainda conforme o delegado, os correntistas sediam a conta para receber o dinheiro, recebiam 58% do valor sacado. Sobre os correntistas, Vitor Hugo Bruzulato explicou que muitos acreditam que estão só emprestando.

“As pessoas acham que não vai ter problema de emprestar a conta, vou ganhar 5% do valor sacado, acho que não é crime que não tem participação, pelo contrário, ela dá sustentação a toda essa atividade criminosa e fazem parte da organização criminosa. Essas pessoas estão presas”, destacou o delegado.

Para o delegado Vitor Hugo, o site OLX não tem responsabilidade no crime. Segundo ele, somente era usado pelos criminosos. “Em razão de ser um dos sites mais utilizados pela população pelo consumidor, consequentemente é um dos mais utilizados por criminosos, então, apesar de todo esforço da empresa, como é a mais famosa, consequentemente é a mais utilizada pelos criminosos. Eles praticam golpes em outras plataformas”, declarou o delegado.

 

 

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