A Conmebol anunciou, neste domingo (09.03), as punições aplicadas ao Cerro Porteño após os atos racistas cometidos contra os jogadores Figueiredo e Luigi, do Palmeiras, durante uma partida válida pela Libertadores Sub-20, na última quinta-feira (6). O clube paraguaio foi multado em 50 mil dólares (cerca de 288 mil reais), terá que jogar com portões fechados pelo restante da competição e será obrigado a publicar uma campanha de conscientização contra o racismo em suas redes sociais.
O caso ocorreu durante a substituição de Luigi, que foi alvo de insultos racistas vindos das arquibancadas. O jogador ficou visivelmente abalado e chegou a chorar em campo após os ataques. Após a partida, emocionado, Luigi concedeu uma entrevista contundente, cobrando punições severas para casos de racismo no futebol.
"O que fizeram comigo foi um crime, pô!", desabafou Luigi em entrevista após o jogo.
A postura da Conmebol, no entanto, foi considerada branda e insuficiente pelo Palmeiras. Em comunicado oficial publicado nas redes sociais, o clube afirmou discordar veementemente das punições aplicadas ao Cerro Porteño, destacando que as medidas não são suficientes para combater os reiterados casos de discriminação racial no futebol sul-americano.
O Palmeiras informou que irá acionar as instâncias máximas do futebol mundial, como a FIFA e o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), para que o episódio receba uma punição mais severa e o futebol sul-americano finalmente adote uma postura de tolerância zero ao racismo.
O jogador Figueiredo também comentou o episódio em entrevista ao programa Esporte Espetacular, reforçando a necessidade de medidas mais rígidas para que casos como esse não voltem a acontecer. "Já passou da hora de tomarem medidas exemplares. Essas punições não são suficientes para acabar com o racismo no futebol", declarou Figueiredo.
O episódio reacende o debate sobre a postura das entidades de futebol diante de casos de racismo, um problema recorrente em competições sul-americanas. Especialistas em direitos humanos e atletas têm cobrado da Conmebol e da FIFA ações mais duras para coibir manifestações racistas nos estádios e garantir um ambiente seguro e respeitoso para todos os jogadores.
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).