A economista Daniella Marques tomou posse, na tarde desta terça-feira (05.07), como nova presidente da Caixa. O evento ocorreu em meio às investigações de assédio sexual e moral no banco público. A cerimônia oficial se deu de forma fechada à imprensa no prédio da instituição, em Brasília.
A nova presidente substituirá Pedro Guimarães, que pediu demissão na última quarta-feira (29) após denúncias de assédio sexual que são investigadas pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Além disso, o Tribunal de Contas da União (TCU) apura a conduta da empresa. Na carta de renúncia, Guimarães negou a veracidade das denúncias.
Em sua primeira entrevista desde que foi indicada para o cargo, Marques afirmou que é inaceitável que haja violência contra a mulher e que o banco será a "mãe da causa das mulheres".
"Metade das mulheres do Brasil são vítimas de assédio no trabalho. A Caixa, que sempre foi o banco de todos os brasileiros, daqui para a frente, e eu tenho a aprovação de todos os órgãos internos para isso, vai ser a mãe da causa das mulheres. Vamos abraçar a causa em todas as dimensões. Não é aceitável que haja violência contra a mulher", disse.
Marques reuniu-se com o alto comando da Caixa no mesmo dia em que assinou o termo de posse, na última sexta-feira (1º), e negociou para que as apurações sejam feitas com rigor e independência — além de, paralelamente, proteger a imagem da instituição centenária.
"O primeiro passo foi afastamento de outras pessoas que estão envolvidas nas apurações, porque precisamos proteger a imagem da instituição", disse. "Asseguro que tudo será feito com independência, rigor e com seriedade, e, se realmente for comprovado, todas as punições cabíveis serão feitas", completou.
A nova presidente anunciou ainda que vai criar, nos próximos 30 dias, um canal de diálogo exclusivo para mulheres da empresa, com funcionamento 24 horas por dia, nos sete dias da semana. Segundo ela, o objetivo é fortalecer controles de assédio na Caixa e evitar novos casos.
Demissão de Pedro Guimarães
O economista Pedro Guimarães pediu demissão da presidência da Caixa na última quarta-feira (29), após denúncias de assédio sexual contra funcionárias do banco.
De acordo com fontes, MPF, as diligências ocorrem sob sigilo na Procuradoria da República no Distrito Federal, já que Guimarães não tem foro privilegiado. Segundo as denúncias, os assédios ocorreram durante viagens para tratar de projetos da Caixa.